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sábado, 11 de abril de 2009

alfabetos cruzados

A artista Suíça Mira Schendel e o argentino León Ferrari ocupam cinco salas de um dos mais conceituados museus do mundo, o MoMA, em Nova Iorque.

NOVA IORQUE, 7/4 - A mostra é formada por peças pertencentes a colecionadores e pela primeira vez são vistas pelo público norte-americano. "Tangled Alphabets" {alfabetos cruzados} , é uma boa retrospectiva apresentada no MoMA com obras dos artistas Mira Schendle [1919-1988], nascida na Suíça que adotou o Brasil para viver, e o argentino León Ferrari, 89, e expõe paralelos e foco na linguagem entre as obras de ambos. A exposição com 200 peças atraiu colecionadores de peso como Estrelita Brodsky e Patty Cisneros além de mais de 1.400 visitantes somente na estreia. Para a financiadora de arte latina do museu Estrellita Cisneros, o MoMA recebe em dias normais mais de 10 mil visitas, portanto, foi uma boa repercussão o contingente de abertura da mostra. [Acima, "Aermão da Montanha" de Ferrari]

Paralelos

Entre as obras da Suíça que adotou o Brasil para viver, encontram-se o cordel de papéis japoneses realizado em 1965, e fica logo na entrada à direita, na primeira sala da exposição. Logo à esquerda, está uma escultura do astronauta Russo Yuri Gágarin, feita com fios de metal criada pelo argentino Ferrari. Os trabalhos seguem em ordem cronológica, o que sugere um diálogo e os pontos de similaridades entre os dois artistas. Isso fica mais evidente na sala central que reúne obras onde a escrita é explorada, seja nas incursões em busca de criação de um alfabeto novo ou no manuseio da palavra.

A série " Letras circunscritas" de Mira Schendle e a série "Códigos" de León Ferrari todas feitas em 1970 reforçam as similaridades. Várias outras peças dos artistas evidenciam tal paralelos entre seus trabalhos que causa uma certa dificuldade em se saber qual dos dois era o autor. A referência e o protesto religioso é outro elo entre as temáticas recorrente aos dois artistas plásticos como " Ondas Paradas de Probabilidades", de Mira Schendle, de 1969. "Juízo Final, " uma colagem feita pelo artista argentino em 1994, que foi colocada ao fundo de uma gaiola de pombos toda coberta com excrementos. Segundo Ferrari se trata de uma releitura para a obra homônima de Michelangelo na Capela Sistina. Na sala do sexto andar estão expostos cerâmica, instalações, esculturas, pinturas e desenhos trazidos de coleções públicas e privadas de Bueno Aires, São Paulo, Londres e EUA. Algumas pertencem ao próprio museu.

A exposição permanecerá em cartaz até 15/06

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