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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Câncer vence tenor


Morte de Pavarotti aos 71 anos de câncer

ROMA - {AgênciaFM] 6 de setembro - Cantor italiano iniciou sua carreira em 1961 e popularizou a ópera Os italianos receberam com comoção a notícia da morte do tenor Luciano Pavarotti na madrugada desta quinta-feira. Canais de televisão e rádios da Itália estão dedicando programas especiais a Pavarotti e transmitindo as suas interpretações mais conhecidas. Pararotti era considerado um grande divulgador da imagem da Itália no mundo. "Pavarotti é o último representante do canto italiano, último dos tenores que levaram ao mundo a verdadeira cor da voz italiana. Ele sempre mesmclou ópera e pop rock "Pavarotti é muito mais rock do que muitos cantores de rock e provavelmente tinha uma alma punk", comentou Bono. Na opinião do cineasta Franco Zefirelli, Pavarotti era incomparável. "Havia os tenores e depois tinha Pavarotti. Ele tinha sido internado no diadia 8 de agosto, devido a uma febre que, segundo meios de comunicação italianos, foi provocada por uma infecção ou por um princípio de pneumonia. O tenor será enterrado no sábado,8, pela manhã na catedral da cidade.

Sua estréia se deu na ópera ópera "La Bohème" (29/04/1961); tido como um dos maiores tenores da atualidade, consegue alcançar 9 vezes o tom maior que um tenor jamais conseguiu - Dó (registro de soprano) - na ópera "Filha do Regimento", no Metropolitan Opera (17/02/1972); engaja-se no "Pavarotti Music Center" (oficinas musicais, na Bósnia); exímio intérprete das obras de Donizetti, Puccini e Verdi; participa dos eventos "Os 3 Tenores" (com os espanhóis José Carreras e Plácido Domingo). Pavarotti nasceu em 12/10/1935, Modena, Emiglia-Romagna, Itália, filho de Fernando Pavarotti e Adele. Casou-se com Adua Veroni , 1960 a 2000, e deixou 3 filhas. Durante os 40 anos de carreira, o tenor italiano apresentou-se sete vezes no Brasil durante seus mais de 40 anos de carreira. Ele veio ao país pela primeira vez em 1979, quando cantou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Repercussão:
O espanhol José Carreras, um dos "Três tenores" "Ele tinha uma personalidade muito divertida", declarou Carreras ao jornal Expressen, de Karlstad, centro da Suécia, onde deu um concerto na noite de quarta-feira. "Era também um especialista na área gastronômica, além de bom amigo e grande jogador de pôquer", comentou.


Plácido Domingo aclamou a qualidade única de sua voz.

"Sempre admirei a glória divina de sua voz, o timbre inconfundível especial que ia do baixo ao mais alto registro de um tenor", disse Domingo num comunicado divulgado em Los Angeles.


A soprano espanhola Montserrat Caballé lamentou, chorando, a morte de seu "amigo de alma", Luciano Pavarotti, um "ser único, de imensa bondade" e cuja desaparecimento significa uma "perda muito grande para o mundo lírico".


Zefirelli " Ele adorava a música e seu maior mérito é que a abraçou como um todo, como demonstrou Pavarotti & Friends, onde se apresentava em diversos gêneros musicais, sem limites nem fronteiras", disse Zefirelli.


Bono Vox : O mundo artístico também prestou tributo ao tenor italiano. O líder do U2, Bono, o considerava "uma força da natureza". "Pavarotti é muito mais rock que muitos cantores de rock e provavelmente tem também uma alma punk", acrescentou Bono.


Giorgio Armani afirmou que Pavarotti representava "a lírica por metonímia". Para o estilista, o nome do tenor substituía a própria entidade dos tenores.

O ex-diretor musical da Filarmônica de Los Angeles, o maestro indiano Zubin Mehta, que colaborou freqüentemente com Pavarotti durante décadas, disse que o tenor italiano "sempre fez tudo com muita alegria".

Alguns de seus melhores papéis

Rodolfo - O jovem poeta parisiense da ópera La Bohème, de Puccini, foi o primeiro grande sucesso do tenor e o acompanhou durante toda a carreira. Entre as gravações que deixou da obra, destaque para a comandada por Herbert Von Karajan (1980), em que ele contracena com a soprano Mirella Freni

Pinkerton - O oficial americano que trai a gueixa Cio Cio San na Madame Butterfly é outro exemplo de como sua voz se encaixava perfeitamente às óperas de Puccini. Aqui, vale novamente a indicação do registro com a dupla Freni e Karajan (1981)

Cavaradossi - Pavarotti disse certa vez que, apesar do título da ópera, a personagem mais interessante da Tosca, de Puccini, é o do jovem pintor revolucionário e não da cantora Tosca. Tire a prova ouvindo sua gravação com Mirella Freni e o maestro Nicola Rescigno.

Calaf - Ainda em Puccini, não dá para deixar de citar Calaf, que interpreta uma das árias mais famosas da história da ópera, Nessun Dorma, a marca registrada do tenor, que a gravou com o maestro Zubin Mehta nos anos 80.

Nemorino - O frescor da voz faz de sua interpretação do personagem na comédia O Elixir do Amor, de Donizetti, referência absoluta. Ele a gravou duas vezes: na dúvida, opte pelo primeiro registro, do início dos anos 80, em que contracena com a soprano Joan Sutherland.

Tonio - Em A Filha do Regimento, de Donizetti, o tenor enfrenta uma ária com uma seqüência difícil de nove dós de peito. E foi com ela que Pavarotti conquistou sua fama internacional, no final dos anos 70, no Metropolitan de Nova York.

Duque de Mântua - La Donna è Mobile.... Precisa dizer mais alguma coisa? Bom, talvez que, dentre as óperas de Verdi, talvez seja o Rigoletto aquela em que melhor se saiu Pavarotti, como prova a gravação com o maestro Richard Bonynge e a soprano Joan Sutherland. [Na foto com Elton John]

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