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sábado, 24 de junho de 2017

Assassinato de cineasta Geraldo Junqueira

Acima o cineasta Junqueira e abaixo o
o corretor de imóveis Laércio Luongo

Cineasta morto em 22 de setembro de 1960, Geraldo Junqueira, até os dias atuais a polícia não esclareceu o assassinato. Apesar das torturas e prisões aleatórias feitas pela Polícia Civil, entre as quais de Laércio Luongo e Jacó Bastos, este último chegou a confessar o assassinato mas, a polícia não encontrou nada que o ligasse ao crime.

Bem nascido, Junqueira era filho de tradicional família paulista que depois migro para Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais. O cineasta era polêmico em seus documentários, sendo seu trabalho mais enfático o drama humano e violento dos habitantes e animais do Pólo Norte. Acredita-se isso à conta de algum poderoso insatisfeito. O documentário " KIRONGOZI, o Mestre e o Caçador" faz denúncia sobre os modos cruéis dos caçadores para com os bichos da região.

O assassinato

O misterioso assassinato aconteceu no então isolado loteamento no Morumbi (hoje bairro nobre) na época em que era pouco iluminado e ainda pouca habitação sendo também em terra batida. Aos 30 anos, Junqueira encontrou a morte em uma quinta-feira, sendo seu corpo encontrado logo no dia seguinte. Havia marca de pneus de carro no local do crime, e o luxuosos automóvel do cineasta, um Dauphine, fora localizado no Jardim Europa, há 8 quilômetros de distância do Morumbi. Ou seja, segundo a delegacia de homicídios, o cineasta foi espontaneamente até o Morumbi com o criminoso.

Foram anos de investigações, torturas e vários suspeitos interrogados. Mas, nada de encontrar o assassino de Junqueira. Todos passaram por polígrafo trazido pela família do morto diretamente dos Estados Unidos da América, especialmente de Nova Iorque. O norte-americano, famoso, George Wooley, a maior autoridade na época, examinou um a um dos suspeitos e o veredicto: " Inocentes, eles falam à verdade.

Todos os esforços para encontrar o (os) assassinos do cineasta encontrava eco no porão do DEOPS (Delegacia de Ordem Pública Social), que cedeu os aparelhos de tortura desde os Cavaletes (Pau de Arara) para pendurar os suspeitos de cabeça para baixo até às máquinas de choques elétricos.

Jacó, 32 anos, não suportou, e logo, confessou o crime de Junqueira. Já o corretor de imóveis Luongo, 30 anos, casado e pai de dois filhos pequenos, jamais cedeu às cessões de tortura. Ele suportou por uma semana de tortura, sendo levado às pressas ao hospital, veio a morrer dias depois nos braços de ma~e. Seu corpo estava coberto por marcas de torturas. Para disfarçar, melhor tentar justificar os ferimentos, a Divisão de Homicídios da Cidade de São Paulo, disse que " Laércio Luongo havia capotado o carro". A mentira durou pouco e a verdade veio à tona.

Em depoimento no ministério público, Jacó Bastos disse que confessou a sua participação no crime para não mais ser torturado. Disse também que, nem ele nem Luongo mais tiveram algum tipo de contato com o cineasta, conforme afirmara a Polícia Civil. Resultado: até a data desta matéria, o criminoso continua solto. O então, morreu de forma natural sem ser perturbado pelas autoridades. (Francisco Martins com Edson Flosi, em 13\11\1980).



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