Livros serão comercializados por até R$ 10 para incentivar leitura. Bibliotecas públicas municipais, estaduais, rurais e comunitárias serão convidadas a aderir ao programa. Ações vão fomentar produção de livros populares
Um conjunto de medidas para fomentar a produção e a comercialização de livros por até R$ 10,00 foi anunciado pelo governo federal nesta quinta-feira (1º). O pacote de editais, projetos e programas integrará o Programa do Livro Popular (PLP), que terá por objetivo baratear e facilitar o acesso aos livros e, dessa forma, ajudar a formar mais leitores no País. As primeiras ações a serem implementadas pela Fundação Biblioteca Nacional - responsável por gerir o programa - começam na próxima semana, com o lançamento do primeiro edital que irá convocar editores e autores a inscrever seus títulos por meio do Portal do Livro Popular, ainda em construção.
Outro edital vai cadastrar livrarias, bancas de jornal e revista e outros pontos de venda interessados em vender livros mais baratos aos consumidores em geral.
Em um terceiro edital, as bibliotecas públicas municipais, estaduais, rurais e comunitárias serão convidadas a aderir ao programa e as que se cadastrarem no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas receberão um cartão-livro com créditos que podem variar de R$ 300,00 a R$ 15 mil para comprar livros que elas próprias escolherão no portal e retirarão diretamente nos pontos de venda cadastrados. O investimento para essa ação será de R$ 36 milhões, do Fundo Nacional de Cultura. A Fundação Biblioteca Nacional espera adquirir cerca de cinco milhões de livros para essas bibliotecas ainda em 2011.
Ações - De acordo com o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, “todos os elos – desde os autores até os varejistas, passando pelos editores e os distribuidores – terão papel fundamental no programa, o que ajudará a fortalecer toda a cadeia produtiva”. Amorim revela que outras iniciativas do próprio Ministério da Cultura (MinC) serão anunciadas nas próximas etapas do programa, inclusive a aquisição de edições inteiras de títulos escolhidos pelas bibliotecas que ainda não tenham sido cadastrados. “Buscaremos todas as possibilidades para impulsionar tiragens maiores que permitam estimular uma maior oferta de livros populares”, afirma.
Outras ações implementadas pelo MinC, como a criação do Circuito Nacional de Feiras de Livro e da Caravana de Escritores, vão ajudar a viabilizar o PLP. O governo ainda está recomendando que outras áreas também colaborem com o esforço para baratear o preço do livro. Participam dos estudos coordenados pela Fundação Biblioteca Nacional para o PLP órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Correios e Ministério da Educação.
Valor facilita acesso da Classe C
O preço de R$ 10,00 para o livro popular foi determinado a partir de estudos que levaram em conta o impacto desse valor no orçamento familiar em diferentes classes sociais. Embora o número de leitores e os índices de leitura tenham crescido na última década (1,8 para 4,7 livros por habitante/ano), a média per capita se manteve no período em 1,1 exemplar por habitante/ano.
“Precisamos fazer os livros chegarem pra valer à cesta da Classe C, que é a que concentra o maior número de leitores do País”, defende Amorim, lembrando que 77 milhões de brasileiros ainda não leem livros.
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