Pirâmides de reis negros viram ruínas

Pirâmides de Núbia, no Sudão estão sumindo graças a violência e assaltos
　
Para muitos o Egito é o país com mais pirâmides. Não. O Sudão sim, tem muito mais pirâmides. Principalmente ao norte do país, onde se encontram as pirâmides de Núbia, que até os anos 70 recebiam visitas de turistas de quase toda parte do mundo. Mas, as constantes guerras no país levou pessoas à miséria e muitos se organizaram em bandos e passaram a cometer todo tipo de violência como roubar os pertences e agredir os visitantes. O patrimônio foi erguido a 500 anos D.C., fora feito para enterrar reis e rainhas negros do reino de Núbia. Cada parede conta a história da civilização que desapareceu mas deixou as construções contando sua trajetória as vezes de forma hilária. Um desenho encravado na parede retrata um rei de braço forte enquanto na seguinte imagem ele já ressurge morto, sendo carregado de barco a uma longa jornada. Os túmulos dos reis eram divididos em três andares, para baixo. No primeiro andar eram colocados os bens materiais; o ouro. Já no segundo, repousava o corpo, enquanto no terceiro andar era depositada a comida.
Seguindo em longa jornada ao norte do Sudão até findar o asfalto, chega-se ao deserto de areia onde o transporte obrigatório é o camelo. Após quase uma hora no lombo do animal, avista-se um dos mais belos patrimônios da humanidade, às Pirâmides de Núbia.

A visão é decepcionante, o patrimônio encontra-se em péssima conservação, em ruínas. Somente um turista muito desapegado à vida arriscaria um passeio ao norte do Sudão. Na localidade, raramente se encontra até mesmo um nativo. Estrangeiro então, só se for muito desavisado. Tentando sobreviver meio ao deserto que outrora gerava boa receita financeira, um pobre zelador da comunidade malauita, um ou dois pesquisadores da Universidade de Sudão, ambos tem pouca convicção de que os turistas retornem ao local, e muito menos de que o patrimônio seja cuidado. {Marcelo Contreras - Especial Agência FM}