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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Eneida de Moraes – mulher linha de frente

Ela era brava na luta política e terna em relação à cultura popular. Muitos a confundia com alguém que se preocupava em brincar e fazer com que outros brincassem no carnaval.

Eneida de Moraes nasceu em Belém do Pará, em 23 de outubro de 1904, filha de uma professora, culta, herdou o gosto pela literatura. Escritora, cronista de jornal, historiadora do carnaval. Durante sua carreira manteve amizade com artistas, sambistas, marcando então, sua presença na vida carioca onde viria a cumprir pena em 1935, devido sua atuação política em Belém. Ficou presa por 13 anos, o que lhe garantiu citação no livro de Graciliano Ramos "Memórias do Cárcere". Eneida sempre estava na linha de frente de defesa dos temas que mais às questões nacionais. Mulher valente, talentosa e engajada em causas e manifestações sociais, ela guardava memórias e sabores de sua terra natal, mesmo se considerando uma carioca convicta. Segundo relatos, era impossível não se encantar por Eneida, uma frequentadora dos círculos literários da cidade, onde transitava entre a livraria São José [propriedade de Carlos Ribeiro], pioneira nas tardes de autógrafos para lançamentos de livros ou o Café Vermelhinho.


Carnavalesca


Na área carnavalesca foram muitos os fatos que tornaram o evento ainda mais empolgante. O livro História do Carnaval Carioca [1958] e o Baile dos Pierrôs por exemplo. A obra literária é indispensável; Eneida se dedicou a escrever mais de 800 páginas em 20 anos de pesquisas. Dele, alguns filhotes como o show carnavália, dirigido por Paulo César Grisoli, no antigo teatro Casa Grande, com elenco estelar: Marlene, Blecaute, Índio e seu Conjunto. O baile dos Pierrôs, era uma abertura pré-carnavalesca, onde os mais importantes intelectuais cariocas compareciam ao evento em peso: Sérgio Porto, João Condé, Ênio Silveira, Antônio Bandeira e artistas por exemplo Rose Rondelli, Zélia Hoffman, entre outras. Outra façanha foi a recuperação da marcha rancho. Ameaçada de desaparecer, Eneida liderou campanha intitulada Louvor ao Rancho, cujo show foi promovido no Teatro Casa Grande com Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros, e o repertório composto pelas mais belas marcha-rancho de todos os tempos. Foi presidenta da "Comissão para Estudar os Problemas do Carnaval Carioca" entre outras. Artigo Completo em EDITORIAS:

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