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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tom Zé: Pluridodecafonista

Antônio José Santana Martins, o Tom Zé, nasceu em Irará, Bahia, aos 11 de outubro de 1936 em uma família abastarda o que deu tranqüilidade para fazer seus experimentos musicais.
 
Cantor, compositor e arranjador, é considerado por muitos como uma das figuras mais autênticas da Música Popular Brasileira. Nascido em uma família abastada por conta de um bilhete premiado de loteria, Tom Zé passou a primeira infância no sertão baiano. Depois transfere-se para a capital, Salvador, onde realizou estudos ginasiais. Ainda adolescente passa a se interessar por música, então, estuda violão. Apresentou-se em alguns programas de calouros de televisão no anos 60, e entre para a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia. Tom Zé teve como seus professores Walter Smetak, Ernst Widmer e Hans Joachim Koellreuter, o mais afamado dodecafonista que viveu no Brasil.

Tom Zé participou ativamente do movimento musical dos anos 60 que ficou conhecido como Tropicália, era uma voz alternativa no cenário musical do Brasil. Nos anos 90 ganhou notoriedade internacional graças intervenção do ex-Talking Heads, David Byrne, que o retirou do ostracismo musical. Vivendo de elogios e poucas realizações profissionais. Também foi nessa época que ele se alia a Caetano Veloso, Gal Gosta, Gilberto Gil e Maria Bethânia, no espetáculo "Nós, Por Exemplo n* 2, apresentado no teatro Castro Alves, em Salvador. O grupo viaja para São Paulo para encenar Arena Canta Bahia, com direção de Augusto Boal. Em 1968, o disco Tropicália ou Panis et Circense, foi gravado quando dessa viagem e se tornaria um definidor do movimento.

Sua primeira glória musical aconteceria no festival de 1968, onde leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, na TV Record, com a música "São Paulo, Meu Amor". Nos anos 70 e 80 Tom Zé continuou a fazer seu pop experimental em álbuns que pouco atraia o público. No final de 1980 foi descoberto pelo músico e produtor inglês David Byrne.
Byrne lançou sua obra nos Estados Unidos com grande sucesso de crítica. Fazendo caminho inverso, aos poucos sua carreira foi tomando impulso no Brasil. O experimentalismo e as performances viscerais de Tom Zé passam a atrair grandes platéias da Europa e Estados Unidos. Após lançamento do álbum ‘Com Defeito de Fabricação’, em 1998, que foi eleito um dos dez melhores álbuns do ano pelo jornal The New York Times, a plateia brasileira retorna aos shows do bardo baiano. Em 2006 foi homenageado com o documentário Fabricando Tom Zé, de Decio Matos Jr. {Foto: Maurício Cardim}
 
Alguns discos
1968 - Tom Zé - Rozemblit
1970 - Tom Zé - RGE
1972- Tom Zé-Se o Caso É Chorar - Continental
1973 - Todos os Olhos - Continental
1976 – Estudando o Samba - Continental
1978 - Correio da Estação do Brás - Continental
1984 - Nave Maria - RGE
1990 - Cantando com a Platéia
1990 – The Besto f Tom Zé – Luaka Bop
1992 - The Hips of Traditions - Luaka Bop/Warner Bros
1998 - No Jardim da Política
1998 - Com Defeito de Fabricação - Luaka Bop/WEA
2002 - Jogos de Armar (Faça Você Mesmo) - Trama
2002 - Santagustin - Trama
2003 - Imprensa Cantada - Trama
2005 - Estudando o Pagode-Segregamulher e Amor - Trama
2006 - Danç-Êh-Sá - Pós-Canção/Dança dos Herdeiros do Sacrifício
/7 Caymianas para o Fim da Canção - Tratore
2008 – Estudando a Bossa Nova - - Biscoito Fino

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