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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Cineasta centenário homenageado em Berlim

Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nasceu na cidade do Porto em 11 de dezembro de 1908, o cineasta português, atualmente é o mais idoso do mundo, com trinta e duas longas-metragens.

Manoel de Oliveira completa 100 anos lança novo filme e recebe prêmio e sem soltar as rédeas do seu presente. O cineasta português Manoel de Oliveira participa do 59* Festival de Berlim lança um filme e também é agraciado com o prêmio "Câmera de Ouro", tributo pelo conjunto de sua obra cinematográfica. O cineasta é partidário de um cinema mais simples com menos movimentos de câmeras, e usa como exemplo os irmãos Lumière pra justificar sua preferência pela câmera mais fixa. Segundo Oliveira, os Lumière deixavam suas câmeras paradas e esperavam que as pessoas se movessem para ela. Manoel Oliveira é um homem polêmico, e sempre afirma "eu filmo as almas. As almas tanto somos pobres como ricas".

Produção lançada em Berlim

Seu mais recente filme " Singularidades de uma Rapariga Loura", o longa foi lançado no 59* Festival de Berlim. Trata-se de uma trama situada no século XIX, de Eça de Queiroz trazida aos dias atuais, onde Oliveira adaptou o conto sobre uma decepção sofrida por um rapaz apaixonado. O filme tem como protagonistas Ricardo Trêpa, que interpreta Macário e Luisa é a personagem vivida por Catarina Walenstein. Segundo Manoel Oliveira "Imprimi ao filme um estilo de acordo com minha consciência".


Manoel de Oliveira é originário de uma família da média-alta burguesia, com antepassados fidalgos, o fato que muito influenciaria o teor e as temáticas da sua futura obra cinematográfica. O seu pai, Francisco José de Oliveira, foi o primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal. Estudou no colégio de jesuítas da Guarda (Galiza). Na juventude dedicou-se ao atletismo e, mais tarde, ao automobilismo e à vida boêmia. Aos vinte anos ingressou na escola de atores de Rino

Lupo, um cineasta italiano radicado no Porto, um dos pioneiros do cinema português de ficção.
Quando viu o documentário vanguardista Berlim, Sinfonia de uma Cidade de Walther Ruttmann, ficou muito impressionado e decidiu fazer um filme inspirado naquele sobre a cidade do Porto, um documentário de curta metragem sobre a atividade fluvial na Ribeira do Douro: Douro, Faina Fluvial (1931). O filme suscitou a admiração da crítica estrangeira e o desagrado do público nacional.

Estudos

Adquiriu entretanto alguma formação técnica nos estúdios alemães da Kodak e, mantendo o gosto pela representação, participou como actor no segundo filme sonoro português, A Canção de Lisboa (1933), de Cottinelli Telmo. Só mais tarde, em 1942 , se aventuraria na ficção como realizador: Aniki-Bobó, um enternecedor retrato da infância no cru ambiente neo-realista da Ribeira do Porto. O filme foi um fracasso comercial e só com o tempo iria dar que falar. Oliveira decidiu, talvez por isso, abandonar outros projectos de filmes e envolveu-se nos negócios da família. Não perdeu porém a paixão pelo cinema e em 1956 voltou, com O Pintor e a Cidade.
Alguns longas
2007 - Cristóvão Colombo – O Enigma
2006 - Belle Toujours
2005 - Espelho Mágico
2004 - O Quinto Império - Ontem Como Hoje
2003 - Um Filme Falado
2002 - O Princípio da Incerteza
2001 - Vou para Casa
2000 - Palavra e Utopia
1999 - A Carta
1998 - Inquietude
1997 - Viagem ao Princípio do Mundo
1996 - Party
1995 - O Convento
1994 - A Caixa
1993 - Vale Abraão
1992 - O Dia do Desespero
1991 - A Divina Comédia
1990 - Non, ou a Vã Glória de Mandar
1988 - Os Canibais
1986 - O Meu Caso
1985 - Le Soulier de Satin
1981 - Francisca
1979 - Amor de Perdição (filme)
1974 - Benilde ou a Virgem Mãe
1972 - O Passado e o Presente
1963 - Acto da Primavera
1942 - Aniki-Bobó

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