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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Morre 'mama África"

O continente africano ficou um pouco mais pobre, pois perdeu uma das suas vozes lendárias. A cantora recebeu um Grammy em 1966 por melhor gravação folk, junto com Harry Belafonte, pelo disco "An Evening With Belafonte/Makeba".

Miriam Makeba morreu aos 76 anos, vítima de uma crise cardíaca no dia 10 de novembro, pouco depois de ter participado num concerto contra o racismo e o crime organizado em Castel Volturno, região de Nápoles considerada como um território da Camorra. O concerto era dedicado a Roberto Saviano, escritor de “Gomorra”, livro que fala sobre a mafia napolitana e por isso está sendo ameaçado de morte.


A cantora foi um dos símbolos da luta contra o Apartheid, que a obrigou a um longo exílio depois de ver retirada a nacionalidade em 1960. Dois anos mais tarde grava “Pata Pata”, uma canção intemporal e o tema de maior sucesso internacional na sua longa carreira. A cantora só volta ao país de origem em 1990, a convite de Nelson Mandela. No álbum “Homeland”, Makeba descreve a alegria do reencontro com a terra natal.
Ela viveu no exílio durante 31 anos nos Estados Unidos, na França, em Guiné e na Bélgica, até seu emocionante regresso a Johannesburgo, em 1990. Na época muitos sul-africanos exilados voltaram ao país, em meio às reformas do então presidente F. W. De Klerk. "Nunca compreendi por quê não podia vir ao meu país", disse a cantora ao retornar. "Nunca cometi crime algum." O convite para retornar foi feito por Nelson Mandela, que depois viria a ser presidente do país, entre 1994 e 1999. "Foi como renascer", relembrou Miriam.

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