Ela não tem idéia de quem seja Roberto Carlos, Tom Jobim, Vinícius de Morais e Chico Buarque, e é isso que faz seu trabalho ser tão autoral, tão excepcional.
A pernambucana que adotou por muitos anos Monteiro, na Paraíba, aos 84 anos lança seu disco "Todo Bom", e é a melhor definição pois faz jus ao título. É para quem tem respeito aos ouvidos. Sua cantoria é composta por ela mesma e é um disco indispensável na prateleira. O alto astral de Zabé é algo contagiante, não se sabe se é o pífano ou a cachacinha que a faz assim; o que importa mesmo é sua vitalidade contagiante impressa neste seu primeiro trabalho. Zabé faz parte de uma classe de artistas que se apresenta em novenas e feiras. Pífano, ela aprendeu a tocar sozinha e nenhum dos seus três filhos herdaram este dom. Devota de Padinho Ciço e de Nossa Senhora Aparecida, ela não vê a hora de desembarcar em São Paulo para os dois shows agendados para os dias 22 e 23, no Sesc Pompéia.O disco da excelente artista é responsabilidade de Lu Araujo e tem arranjos do multiinstrumentista Carlos Malta, e tudo é feito com muita dedicação e responsabilidade. Há participações especiais de Escurinho, que toca em "Saí de Casa", Maciel Salu [ filho do magistral mestre Salustiano] que participa da faixa "Pífano da Loca". Também tem regravação de "Sala de Reboco, xote de José Marcelino e Luiz Gonzaga, que abre com uma maravilhosa cantoria de Zabé, que mostra suas raízes brasileira em gravação do Hino Nacional. O nome Zabé da Lóca é porque morou por vários anos em uma gruta na cidade de Monteiro na Paraíba. E ela faz parte de artistas onde suas fontes são outros artistas populares que se apresentam em feiras e novenas e até velórios. É coisa boa. É autoral. O disco de Maria Isabel Marques da Silva mostra que ainda existe vida inteligente na música brasileira. VÁ AO SHOW E COMPRE O DISCO! [FM]
Shows
Dias 22 e 23 de marçoSesc Pompéia - Rua Clélia, 53[11] 3871-7700
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