O artista inglês expõe no MoMA, Nova Iorque, e mostra gravuras raras de um diálogo entre seus processos de trabalho com a pintura.
NOVA IORQUE - [AgênciaFM]- 1 de março de 2008 - Esta é a primeira vez que o MoMA realiza uma exposição com o artista, que apresenta 21 telas, três placa de cobre e 5 desenhos. Aos 85 anos de idade e quase 70 de profissão, Lucien Freud é reconhecido mais por suas pinturas e pelos retratos que fez do que pelas gravuras. Como retratista é considerado o maior do pós moderno. Porém, bem menos reconhecido, o gravurista Lucien Freud, pouco se arriscou nessa área, teve experiências em 1940, e só em 1982 ele voltaria ao estilo. Na mostra, além das telas, 68 gravuras oriundas de Londres e de colecionadores particulares, podem ser vistas analisadas e comparadas em relação a pintura.
Neto do psicanalista Sigmund Freud, ele nasceu na Alemanha e vive em Londres - Inglaterra, desde 1933, e fez seus primeiros trabalhos em 1946. Naquela época ele baseava seu trabalho em meticulosa técnica de desenho, com formas e texturas replicantes em linhas muito precisas. Ainda neste período, ele combina uma estrutura muito estranha: com plantas espinhosas e rostos de olhos bem abertos. Em 1982, ele retornaria às gravuras onde criaria 15 impressões.
Tanto nas gravuras quanto na pintura, ele também só retrata gente e, muito próxima dele, como por exemplo mulheres de sua família e de amigos. Reconhecido como o mais importante retratista do pós moderno, pelas redefinições que deu ao retrato e ao nu humano na pintura, em suas telas, ele imprime de modo impiedoso a forma humana. Freud não se utiliza de modelos profissionais e também não aceita encomenda de retratos. Muito peculiar no modo de selecionar os modelos fora de sua família, escolhe somente pessoas de rosto ou físico incomum. É o caso de lorde Arnold Goodman [1913 - 1995], e de seu advogado e designer Leigh Bowery [ 1961 - 1994 - obra - Leigh on a green sofa 1993], um australiano corpulento que ficou conhecido em Londres nos anos 1980/1990 por seus figurinos surrealistas e performarcences polissexuais. Ou seja, sua obra se baseia na observação perturbadora da realidade. Poucas foram as vezes em que Lucien Freud foge do ser humano, quando isso acontece, ele se volta para a natureza, plantas e jardins de sua casa ou seus cachorros da raça whipped.
A releitura de uma obra óleo sobre tela de autoria de Chardin datada de 1735, [Chardin 1699-1779], denominada de The Young School Mistress, ganhou duas interpretações: em óleo sobre tela e outra em placa de cobre segundo visão de Lucien e são destaques da mostra juntamente com self portrait [autoretrato] e Girl With Leaves - 1948 [ Garota com Folhas]. Portanto, tanto na tela quanto na placa de cobre, com seres humanos ou não, o que importa é que a arte de Lucien Freud se baseia na observação pelos críticos e impiedosos olhares, algo muito perturbador.
A mostra fica em cartaz até dia 10 de março.
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