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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Até os venezuelanos?

A mais conceituada Émissora Pública no, a BBC [Britsh Broadcasting Corporation] faz 75 anos e como parte das comemorações encomenda pesquisa sobre liberdade de imprensa.
Os resultados apontam que, apesar dos problemas recentes, os venezuelanos acham que sua imprensa é mais livre para noticiar com isenção do que a brasileira.

Uma pesquisa encomendada pelo Serviço Mundial da BBC aponta que os venezuelanos acreditam mais do que os brasileiros na liberdade da mídia em seu país para cobrir os fatos de forma “precisa, verdadeira e imparcial”. Entre os venezuelanos, 63% disseram acreditar na liberdade da imprensa local. Entre os brasileiros, esse percentual cai para 52%. O índice venezuelano também é maior do que a média geral obtida nos 14 países pesquisados (56%). O estudo sobre liberdade de imprensa, que avaliou a opinião de 11.344 pessoas por meio de um questionário, foi divulgado nesta segunda-feira como parte das comemorações do 75º aniversário do Serviço Mundial da BBC. O resultado da Venezuela contraria a classificação do país em rankings internacionais sobre liberdade de imprensa. Uma avaliação feita em outubro passado pela organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras colocou a Venezuela em 114º lugar numa lista de 169 países. O Brasil ocupou a 84ª posição.

"Defensores da liberdade"

O estudo da BBC apontou que os venezuelanos “são um dos maiores defensores da liberdade de imprensa e têm uma visão positiva sobre a liberdade que os órgãos de comunicação gozam no país para cobrir notícias de forma precisa, verdadeira e imparcial”. “A percepção dos venezuelanos sobre o desempenho da mídia é consideravelmente mais positiva do que em outros países da América Latina”, afirma o relatório, que mostrou que 42% dos venezuelanos consideram “bom” o trabalho dos órgãos de comunicação controlados pelo governo, enquanto que no Brasil e no México este índice foi de 25%. O levantamento mostrou que no Quênia, 81% dos entrevistados acreditam que a imprensa no país é livre, maior taxa entre todos os pesquisados. Em segundo, veio a Índia (72%), seguida pela Nigéria (66%). Cingapura registrou o menor índice de percepção de liberdade de imprensa (36%), segundo a opinião dos entrevistados.

Divisão

Na avaliação da pesquisa, a opinião mundial está dividida sobre a “liberdade de imprensa e estabilidade social”. O questionário apresenta duas afirmações aos entrevistados e pede que eles digam qual é que se aproxima mais de sua visão. A primeira afirmação diz que a liberdade de imprensa “para relatar as notícias de maneira verdadeira é muito importante para assegurar que se viva em uma sociedade justa, mesmo que em alguns momentos (as notícias) levem a debates desconfortáveis e efervescência social”.

A segunda afirmação diz que “enquanto a liberdade de imprensa para relatar os fatos de forma verdade é importante, a harmonia social e a paz são mais importantes, o que em algumas vezes significa controlar o que é noticiado pelo bem comum”. Os resultados mostram que 56% dos entrevistados se identificaram com a primeira afirmação, que destaca a importância da liberdade de imprensa. Outros 40% preferiram a afirmação que destaca a harmonia social. Os restantes 4% ou não souberam ou não quiseram responder. O estudo observa que nos países em que as pessoas optaram mais pela afirmação que destaca a liberdade de imprensa, também foi verificada uma visão mais crítica sobre a isenção dos meios de comunicação.

Foi este o caso na Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha, onde os entrevistados fizeram avaliações relativamente baixas sobre o desempenho da mídia em seus países quanto à precisão e honestidade. Além do grau de liberdade de imprensa nos países e a questão entre liberdade versus estabilidade, a pesquisa também comparou o desempenho do trabalho dos órgãos de comunicação públicos e privados, a preocupação sobre a crescente concentração das empresas de comunicação e o desejo de participação popular nos debates sobre o que é divulgado na imprensa. A pesquisa ouviu os entrevistados entre os dias 1º de outubro e 21 de novembro. A Oceania foi o único continente não incluído no levantamento. O trabalho foi divulgado como parte das comemorações do 75º aniversário do Serviço Mundial da BBC. [FONTE: www.bbcbrasil.com.br / Francisco Martins]

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