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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Morre Carmen Dolores dama dos palcos portugueses

Nascida em Lisboa, a 22 de abril de 1924, Carmen Dolores estreou-se nos palcos no Teatro da Trindade, na capital portuguesa, em 1945. 

Carmen foi integrada na Companhia Os Comediantes de Lisboa, na peça “Electra, a mensageira dos deuses”, de Jean Giraudoux, encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho). 

Para trás ficava um percurso iniciado anos antes, na rádio, como declamadora e atriz, e no cinema, onde protagonizara filmes como "A vizinha do lado", de António Lopes Ribeiro, e “Amor de Perdição”, de Leitão de Barros.

Seguir-se-ia o trabalho no Teatro Nacional D. Maria II, então com a Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro, e um percurso de 60 anos que passou pela maioria dos palcos portugueses, companhias independentes, cinema, rádio e televisão.

Retirou-se em 2005, com a peça “Copenhaga”, no Teatro Aberto, encenada por João Lourenço.

Em julho de 2018, a atriz foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, no âmbito de uma homenagem no Teatro da Trindade à atriz, que incluiu a estreia da peça “Carmen”, inspirada nas suas memórias, e o batismo da sala principal com o seu nome.


REPERCUSSÃO: 

Uma atriz com "carreira distinta" e "rigor e elegância"


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte da atriz Carmen Dolores, enaltecendo "a sua carreira distinta", com "rigor e elegância" no teatro e em momentos importantes do cinema português.

Numa mensagem de pesar publicada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado recorda que, "em 11 de julho de 2018, a sala principal do Teatro da Trindade, em Lisboa, passou a chamar-se Sala Carmen Dolores" e que nessa ocasião entregou à atriz as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, "uma das muitas distinções que lhe foram conferidas".


"Atriz de delicadeza rara" que "marcou o teatro"


O primeiro-ministro, António Costa, lamentou hoje a morte de Carmen Dolores, recordando-a como "uma atriz de uma delicadeza rara, modesta para quem tão admiravelmente marcou o teatro português", e que "amava a palavra".


“O teatro está de luto”


O fundador do Teatro Experimental de Cascais Carlos Avilez considerou hoje que “o teatro está de luto com a morte de Carmen Dolores”. Carlos Avilez disse à agência Lusa que “adorava a Carmen Dolores”, por quem tinha “uma grande amizade e um grande respeito”, classificando-a como “uma pessoa única” e uma “mulher de causas”.


Um "serviço de exceção" à cultura portuguesa


A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou hoje a morte da atriz Carmen Dolores, uma “voz inesquecível” cujo talento “ajudou a transformar o teatro em Portugal” e que prestou um “serviço de exceção à cultura portuguesa”. ( AgênciaFM \ sapo.pt). 


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