Dona Ivone Lara é a grande homenageada na cerimônia da Ordem do Mérito Cultural 2016, que será realizada nesta segunda-feira (7), às 18h, no Palácio do Planalto, em Brasília. Deferência mais do que justa no ano em que se comemora o centenário do samba.
Não se sabe ao certo quando começaram a chamar a cantora e compositora Ivone Lara de "dona". De qualquer forma, a reverência é sinal de merecido respeito por uma das grandes damas do samba. Sua importância transcende o gênero musical, uma vez que ela foi a primeira mulher a assinar sambas – em especial, sambas-enredos.
"Fico feliz e agradecida pelo reconhecimento à minha pessoa e por tudo que já fiz pelo samba", diz a artista. Atualmente com 95 anos, Dona Ivone Lara nasceu no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Seu pai era violonista de sete cordas e a mãe cantava em ranchos carnavalescos tradicionais.
Em 1945, Dona Ivone mudou-se para Madureira, Zona Norte do Rio, e passou a frequentar a Escola de Samba Prazer da Serrinha.
Nesse período, começou a compor sambas e partidos-altos, que eram mostrados para compositores por seu primo Fuleiro como se fossem dele – na ocasião, não era comum a presença feminina no meio musical. De acordo com a pesquisadora Rachel Valença, a artista só saiu na ala dos compositores da escola de samba no início dos anos 60, o que foi considerado um feito extraordinário.
A paixão pela escola bate forte no coração de Dona Ivone, que declara seu amor pela música e pelo carnaval: "Apesar de não ter mais idade para desfilar, meu coração ainda é imperiano.
Cantora de sucesso, Dona Ivone lançou mais de 10 discos e tem canções gravadas por grandes nomes da MPB, como Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Beth Carvalho, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho, entre outros. No ano do centenário do samba, ela comenta sobre a evolução do gênero.
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