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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Morre Cauby Peixoto, aos 85 anos


Cauby Peixoto faleceu na noite de domingo, 15, aos 85 anos. Ele estava internado devido a uma pneumonia desde segunda-feira passada, dia 9 de maio, no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, em SP. O corpo do cantor Cauby Peixoto foi velado no salão nobre da Assembleia Legislativa de São Paulo, no Ibirapuera, Zona Sul da capital, na manhã desta segunda-feira (16). O corpo chegou ao local às 8h45. Por volta das 15h20, o caixão foi fechado.
Foto: Maurício Cardim\AgênciaFM


Cauby estourou em meio à geração dos cantores de rádio, na virada para os anos 1950, época que consolidou a gênese da moderna música popular brasileira. A repercussão veio com Blue Gardenia, versão brasileira da canção do repertório de Nat King Cole que lhe valeu a entrada no elenco da Rádio Nacional.

Em 1956, gravou pela primeira vez a música Conceição (Jair Amorim/ Dunga), grande sucesso de sua carreira ("Eu mesmo fui uma Conceição", disse em entrevista a Zero Hora em 2001, referindo-se à personagem pobre que sonhava com uma vida melhor). Repetindo o fenômeno do célebre cantor Orlando Silva, Cauby tinha uma popularidade comparável à de uma grande estrela pop internacional. 



Ainda nos anos 1950, viajou aos Estados Unidos como plano de uma carreira internacional. Ganhou reportagens nas revistas Time e Life como o "Elvis Presley brasileiro" e chegou a fazer temporada de um ano de shows.



Nascido em Niterói (RJ), em uma família de músicos, Cauby era primo do cantor Cyro Monteiro, que havia popularizado, em 1937, o samba Se Acaso Você Chegasse, de Lupicínio Rodrigues. O pai era violonista, e o tio, o pianista de samba Romualdo Peixoto, conhecido como Nonô. Os irmãos também seguiram a carreira musical.

Com a ascensão da bossa nova, nos anos 1960, o estilo de canto impostado passou a ser considerado anacrônico. Entrou em um período de relativo ostracismo, embora não tenha deixado de gravar, e voltou aos holofotes em 1980 com o disco Cauby! Cauby! (Som Livre), que marcava os 25 anos de carreira e incluía sucessos como Bastidores (Chico Buarque) e Loucura (Joanna e Sarah Benchimol).




Desde então, teve reservado para si um espaço singular na música brasileira na categoria dos "últimos românticos", onde também está Angela Maria, com quem realizou seu último show em Porto Alegre, em maio de 2014, no palco privilegiado do Teatro do Sesi.

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