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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

"Castanha" transita entre documentário e ficção


Escrito e dirigido por Davi Pretto, "Castanha" é o primeiro longa de estreia do gaúcho que transita no limite entre documentário e ficção. "Castanha"  traz para tela o transformista João Carlos Castanha, na tênue linha sobre o que realmente é encenação? O que é "verdade"? A película já foi exibido em diversos festivais, ganhou prêmio em Buenos Aires, Paulínia,SP, Rio de Janeiro e em Las Palmas.

Davi Pretto foi buscar inspiração nos "filmes de ator" de cineastas como John Cassavetes, em que a figura domina a cena e dita a trama. Aqui, é o cotidiano, é o tecido da vida comum que encontra uma elevação no glamour deslocado de seu trabalho. Com pouco mais de 50 anos, Castanha trabalha como transformista em clubes gays de Porto Alegre e mora sozinho com a mãe, dona Celina.
Seus dias são lentos, meio vazios beirando o tédio, em contraposição às noites, em que está no centro dos palcos, com os holofotes voltados para si. “Castanha” não é um filme de respostas. É um filme que traz para tela hesitações existenciais, estéticas, cinematográficas, em que convergem as dúvidas de dois artistas: o diretor e o próprio Castanha. Na verdade, o filme embaralha os dois ofícios onde ele encontra sua razão de ser.

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