Jafar Panahi desacata proibição de filmar e lança "Cortinas Fechadas", boa estreia, no Rio de Janeiro.
"Cortinas Fechadas" um documentário com teor dramático, dá sequência a "Isto não é um Filme" (2011), sendo a primeira investida cinematográfica do cineasta iraniano Jafar Panahi depois de sua condenação a uma inimaginável proibição de filmar por 20 anos. Isso aliado também a prisão domiciliar por outros seis, imposta a ele em 2010. O documentário "Cortinas Fechadas" estreia no Rio de Janeiro.
Mesmo reduzido, conforme informou o diretor, o documentário apresenta um mundo de melancolia. Bem experiente, tendo como destaque o filme "O Círculo", Leão de Ouro em Veneza 2000. A trama inicia com a chegada de um roteirista (Kamboziya Partovi) a uma casa próxima de uma praia. Ao entrar, ele se apressa em fechar todas as cortinas e trancar as portas. De uma maleta, retira um cachorro, animal que é alvo de perseguições no Irã, por ser supostamente imundo.
Tendo como companhia apenas um cão, que o escritor tenta concluir uma obra. Agitação, sons externos dão um clima de agitação e perseguição na película. Misteriosamente, a casa é invadida por um casal jovem, que se diz perseguido político. O rapaz logo dá 'adeus', melhor cai fora. Já a moça (personagem de Maryam Moghadam) vai ficando, mas contra a vontade do escritor.
Os dois, escritor e moça, desenvolve-se uma relação conflituosa, tensa, dando contexto pra lá de abstrato. Na verdade, "Cortinas Fechadas" é um filme sobre como fazer um filme. Algo sobre artifício e aparência. Ou em uma última opção, sobre pessoas que se valem de todas as formas e maneiras para continuarem se expressando. É neste embate que os festivais ao redor do mundo pedem a suspensão da punição imposta sobre Panahi.
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