As atuações de Milton Moraes e Vera Gimenez tornam "Homem de Papel" um clássico da capenga cinematografia do Brasil.
“O Homem de Papel” (1976) é mais um daqueles casos de quase esquecimento nos dias atuais. Milton Moraes interpreta de forma magistral um jornalista relaxado. Filme com direção de Carlos Coimbra, com longa experiência em montagens de clássicos nacionais,
escolheu um intérprete mítico, responsável pela atmosfera artística rica, ao ponto de deixar o filme sem graça quando ele sai de cena. Ora sisudo ora carismático, Milton Moraes deu vida ao personagem até mesmo quando encontrava-se distraído. A película é um misto de comédia (escrachada) e drama pesado.
Milton Moraes dá vida a Carlos, um repórter policial, um picareta louco pela fama. Ao escrever um artigo para impressionar a personagem de , após inventar uma matéria para impressionar Raul (José Lewgoy), editor-chefe do jornal A Tribuna, onde trabalha. A partir dai, ele passa a receber constantes ameças de morte além de perseguições de carro pelas ruas estreitas na terra natal do ator (na vida real) Fortaleza. Tal situação faz Carlos abandonar a noiva (Terezinha Sodré) e ceder aos encantos de Renata (Vera Gimenez).
Um tanto rocambolesca, a trama tem sedução e desfechos imprevisíveis, e muitos tiros, tudo isso sob 'regência' de Vera Gimenez, que cuida do barraco cinematográfico onde mistura os seriados Kojak, “Panteras”, “Columbo”. Ou seja, a competição entre Carlos e uma gangue protagonizarão momentos hilariantes. Quem leva ao pé da letra os pontos hilários do filme é ninguém menos do que Zbigniew Ziembinski, no papel de Sr. Rivoni, um antagonista de Milton Moraes.
Ziembinski, o midas do teatro brasileiro, utiliza-se de uma gesticulação como se fosse uma diva da belle époque. É um bom filme nacional com bom elenco, Jece Valadão, Vera Gimenez, José Lewgoy (Raul, editor-chefe de um jornal), sem querer ele envolve-se no comércio internacional de armastadora Luciana Gimenez. A química cinematográfica de Vera Gimenez e Milton Moraes deu a "Homem de Papel", uma eletricidade quase única, fugindo do cotiano, do banal. Produzido pela NortFilmes do Brasil, foi um dos raros momentos em que Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção foi utilizada como cenário cinematográfico. Vale sair em busca desta raridade brasileira no sebos. (Francisco Martins - em memória de Fausto Visconde). MAIS cinema antigo blog vovô Visconde
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