'Advogado',
informante militar, quase pioneiro do dia do "pendura"
morreu sem realizar sua obsessão.
Hipólito de
Menezes nasceu em 26 de dezembro de 1938, em João Pessoa, Paraíba.
Desde criança, seu sonho era cursar uma faculdade de Direito. Queri
Porém, sua obsessão era a o ser bacharel pela Faculdade do Largo
de São Francisco, a tradicional Arcadas, localizada na região
centra de São Paulo. Ao completar 20 anos Menezes fez suas trouxas
e partiu para capital paulistana. Lá chegando, foi trabalhar
próximo da faculdade, no Restaurante do Papai, na Praça da Sé,
como garçom. Menezes aproveitava para visitar o prédio diariamente.
Fez amizade com muitos estudantes e além de participar do dia do
"Pendura" nos restaurantes, em 11 de agosto. Como garçom,
ele dava a dica dos restaurantes mais acessíveis para o 'estelionato
estudantil'.
Como em um
passe de mágica, ele tinha carteirinha de estudantes das Arcadas e
privava da amizade dos professores. Sujeito inteligente, boa cultura,
chegou a ser orador de várias manifestações organizadas pelos
estudantes da faculdade. Apesar de não cursar à faculdade, sempre
andava com um livro jurídico debaixo do braço. Principalmente,
livros de Pontes de Miranda. Não que ele conseguiu uma vaga, como
advogado, nos escritórios de Waldemar Ferreira e de Paulo Manoel da
Costa. A farsa durou pouco mais de um ano. Descoberto, foi demitido
sumariamente. Sujeito sonso, bem humorado, era elogiado por suas
façanhas, principalmente na região onde morava à Rua Helena
Zerrener, um treme-treme da Baixada do Glicério. Seu apartamento era
cheio de livros e de pombas, algo que lhe valeu o apelido de 'Marquês
de Pombal', pois saia na rua sempre com uma pombinha no ombro.
Com idade
avançada ele via sua chance de cursar a faculdade cada vez mais
distante. As doenças começaram a aparecer, ele virou um
hipocondríaco, raquitico. Já na década de 60, Hipólito, um
direitista, viu que na advocacia sua chance era mínima. Então,
mudou de tática e passou a colaborar, melhor, foi ser dede-duro.
Passou a entregar estudantes esquerdistas ao Deops (Departamento de
Ordem Social). Também teria colaborado com um importante jornalista
de direita radical. No quartel de Paraibuna recebeu recebeu
instruções táticas. Lá, ele ouviu o nome e a periculosidade que
Dilma Rousseff, melhor Vera - era capaz. Assim, ele tornou-se amigo
intimo de militares de altas patentes. Em resumo, ele não conseguiu
cursar a Arcada.
Hipólito de
Menezes morreu sozinho em seu apartamento de hepatite crônica, em 12
de março de 1989. Mas, segundo o zelador, a morte dele foi causada
por 'pombalites', causadas por fezes de pombos. (Francisco Martins).
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