Páginas

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

"Fruitvale Station - A Última Parada", espiamos

"Fruitvale Station" refaz tragédia de jovem negro com rigor documental sem elenco estelar,  mas competente

SÃO PAULO (SP) BRASIL - Drama de Oscar Grant III, o jovem cuja história se desenrola com grande dose de realismo documental "Fruitvale Station - A Última Parada", vem indicado com as premiações nos festivais de Cannes e Sundance em 2013.

Dirigido por Ryan Coogler, esta crônica de uma morte anunciada impõe um clÍmax hipnotizante, quase um thriller ao se acompanhar as últimas 24 horas de vida do rapaz negro, de 22 anos, um ex-presidiário, desempregado e pai solteiro de uma menina de 5 anos. O maior problema é que deixa evidente o final do drama logo nos primeiros minutos da película. O filme é cheio de registros verídicos em aparelhos celulares das várias testemunhas dos acontecimentos de 2008 na estação de trem de Fruitvale, em Oakland (USA).

Desde o início do acidente, envolvendo Oscar, vivido por Michael B. Jordan, sua namorada e mãe de sua filha, Sophina, interpretada por Melonie Diaz, além de alguns amigos e policiais da estação. Neste fase do filme, interrompe-se a parte documental, então, Cooler faz propõe uma volta no tempo e parte para a parte ficcional, com espantosa riqueza nos detalhes. Desta forma ele tenta recuperar um dia na vida de uma pessOa comum, às voltas com problemas sociais sérios, mas não insolúveis.

No último dia de 2008, também o dia do aniversário da mãe de Oscar, Wanda (Octavia Spencer). Por causa disso, ficam pendurados no telefone, sendo Oscar, seu filho caçula, a mãe vai em busca de alguns ingredientes do prato especial da cozinha sulista que a avó (Marjorie Crump-Shears) e a mãe preparam para a família em uma data duplamente especial. São pequenos detalhes como este que vão gradativamente gradativamente não somente se agigantando, mas humanizando Oscar, tornando-o uma figura com sentimento, carne e osso perante a avalanche de emoções nada positivas em sua vida. Oscar reage com desespero e indignação a perda do emprego em um supermercado motivados por seus constantes atrasos. assim, ele retorna a flertar com o tráfico de drogas, que já o levou por um período à prisão.


Michael B. Jordan, que pode ser visto em séries como "CSI: Investigação Criminal" e "Dr. House", fica muitas vezes sozinho em cena, e tem a chance de se afirmar como bom ator, pois atua na justa medida para revelar ao público o seu complexo personagem: nas qualidades e, principalmente nas fraquezas. O ator faz tudo com muito equilíbrio tais revelações. Caso fosse preciso dar uma prova cabal da qualidade de "Fruitvale-Station" não somente a intenção ao realizá-lo quanto à direção segura pontuada por um elenco, nada estelar, mas competente. (FraM Martins/Igor Duarte). 

Nenhum comentário: