"Fruitvale
Station" refaz tragédia de jovem negro com rigor documental sem
elenco estelar, mas competente
SÃO PAULO (SP) BRASIL - Drama de
Oscar Grant III, o jovem cuja história se desenrola com grande dose
de realismo documental "Fruitvale Station - A Última Parada",
vem indicado com as premiações nos festivais de Cannes e Sundance
em 2013.
Dirigido
por Ryan Coogler, esta crônica de uma morte anunciada impõe um
clÍmax hipnotizante, quase um thriller ao se acompanhar as últimas
24 horas de vida do rapaz negro, de 22 anos, um ex-presidiário,
desempregado e pai solteiro de uma menina de 5 anos. O maior problema
é que deixa evidente o final do drama logo nos primeiros minutos da
película. O filme é cheio de registros verídicos em aparelhos
celulares das várias testemunhas dos acontecimentos de 2008 na
estação de trem de Fruitvale, em Oakland (USA).
Desde o
início do acidente, envolvendo Oscar, vivido por Michael B. Jordan,
sua namorada e mãe de sua filha, Sophina, interpretada por Melonie
Diaz, além de alguns amigos e policiais da estação. Neste fase do
filme, interrompe-se a parte documental, então, Cooler faz propõe
uma volta no tempo e parte para a parte ficcional, com espantosa
riqueza nos detalhes. Desta forma ele tenta recuperar um dia na vida
de uma pessOa comum, às voltas com problemas sociais sérios, mas
não insolúveis.
No último
dia de 2008, também o dia do aniversário da mãe de Oscar, Wanda
(Octavia Spencer). Por causa disso, ficam pendurados no telefone,
sendo Oscar, seu filho caçula, a mãe vai em busca de alguns
ingredientes do prato especial da cozinha sulista que a avó
(Marjorie Crump-Shears) e a mãe preparam para a família em uma data
duplamente especial. São pequenos detalhes como este que vão
gradativamente gradativamente não somente se agigantando, mas
humanizando Oscar, tornando-o uma figura com sentimento, carne e osso
perante a avalanche de emoções nada positivas em sua vida. Oscar
reage com desespero e indignação a perda do emprego em um
supermercado motivados por seus constantes atrasos. assim, ele
retorna a flertar com o tráfico de drogas, que já o levou por um
período à prisão.
Michael B.
Jordan, que pode ser visto em séries como "CSI: Investigação
Criminal" e "Dr. House", fica muitas vezes sozinho em
cena, e tem a chance de se afirmar como bom ator, pois atua na justa
medida para revelar ao público o seu complexo personagem: nas
qualidades e, principalmente nas fraquezas. O ator faz tudo com muito
equilíbrio tais revelações. Caso fosse preciso dar uma prova cabal
da qualidade de "Fruitvale-Station" não somente a
intenção ao realizá-lo quanto à direção segura pontuada por um
elenco, nada estelar, mas competente. (FraM Martins/Igor Duarte).
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