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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Filme chileno "No", boa estreia ***

Filme candidato ao Oscar, "No" relata o final da ditadura de Augusto Pinochet

Ator chileno Alfredo Castro\Divulgação
"No" foi o grande vencedor da Quinzena dos Realizadores de Cannes 2012, com direção de  Pablo Larraín, coloca ponto final na trilogia de exorcismo político da herança da ditadura de Augusto Pinochet. Larrain já havia abordado o tema em "Tony Manero", de 2008) e "Post Mortem" em 2010, este último ainda inédito no circuito comercial brasileiro.

Pablo Larraín pegou o ator mexicano Gael García Bernal, com prestígio em Hollywood, para estrelar uma ficção onde reconstitui o histórico plebiscito de 1988, em que Pinochet pretendia conseguir um aval popular para sua continuidade no poder depois de 15 anos do golpe. Porém, acabou derrotado, e a brecha para  à redemocratização estava aberta. Bernal dá vida a René Saavedra, um publicitário, filho de um exilado, que cresceu longe do país e foi convidado pela esquerda para orientar a campanha do "não" ao regime.
Entrar de cabeça na campanha do "não" à ditadura é uma decisão arriscada para René. Não somente pelos  mecanismos repressivos que estão  em vigor, como pelo fato de que seu patrão, Lucho Guzmán, pepale bem conduzido pelo chileno Alfredo Castro - que habitualmente trabalha com Pablo Larraín -, orienta a campanha oposta. O  filme mostra como o plebiscito foi abrindo caminho à queda de Pinochet -que não acreditava na possibilidade de ser derrotado.

O diretor permite ao espectador contemporâneo entrar de cabeça naquele período usando, usando muitos trechos da campanha televisiva real. É uma boa pedida para quem não conhece filmes produzidos nesta região.

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