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Erveiras do Ver o Peso - PA\ Foto: Cristine Amarante |
Ervas popularmente receitadas para o combate ao diabetes podem ter sua eficácia comprovada pela ciência.
Uma pesquisa do Laboratório de Análises Químicas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCTI) mediu os teores de flavonoides das quatro espécies mais ofertadas aos frequentadores do mercado Ver-o-Peso, em Belém, e verificou que numa delas os níveis dessas substâncias superam os do chá preto, que estão entre os maiores já encontrados. Os flavonoides podem preservar a função das células que produzem a insulina, hormônio que controla a taxa de açúcar no sangue. Esses compostos são encontrados em frutas, vegetais e bebidas derivadas como o vinho e o chá. Os radicais livres – átomos e moléculas originados como subprodutos do metabolismo – têm funções importantes para o organismo, mas também estão associados ao envelhecimento e a doenças como câncer.
Sobre o diabetes, Cristine lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a doença entre as cinco que mais matam no mundo, e que ela afeta 346 milhões de pessoas, 80% delas em países de média e baixa renda. No Brasil, mata cerca de 50 mil pessoas por ano. A OMS vem estimulando as pesquisas em torno de plantas medicinais para o tratamento dos pacientes. A pesquisa constatou algumas diferenças entre as recomendações das erveiras (vendedoras de ervas) para o preparo dos chás, tanto no método – infusão ou decocção – como no tempo. O próximo passo será tentar identificar os flavonoides presentes, priorizando a planta insulina – a espécie que apresentou o melhor resultado e que é conhecida por esse nome em função do uso antidiabético.
O projeto surgiu preliminarmente com a finalidade de dosar/quantificar o teor de flavonoides totais – TFT – em chás de plantas medicinais popularmente indicadas para o tratamento do diabetes, e seguindo o modo de preparo informado pelas erveiras. A OMS prevê que as mortes por diabetes duplicarão entre 2005 e 2030, e por isso tem estimulado a investigação de plantas medicinais para serem usadas em seu tratamento.
Os testes comprovaram nossa hipótese, de que essas ervas contêm apreciáveis teores de flavonoides, sendo, portanto, boas fontes da substância.
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