Emilinha e Marlene dão troco no fim do show

A Sala Olido da secretaria de cultura do município de São Paulo, localizada no centro da cidade, apresentou neste sábado,18, Carnaval de Rainhas, uma homenagem as duas maiores intérpretes de marchas carnavalescas do país, Emilinha Borba e Marlene (Vitória Bonaiutti). Para interpretar as famosas marchas das rainhas do rádio, Adelaide Chiozzo, paulistana do Braz, 80 anos, verdadeira diva do cinema (33 filmes) e do acordeon, e Sílvia Maria, cantora com muita história pelas boas casas noturnas da cidade de São Paulo.

Claudete Soares e Pedro Lemes/AgênciaFM

Apesar de alguns percalços como uma semitonada ali e outra acolá, esquecimento da letra, algo quase imperdoável para um artista. Consideremos os 80 anos de Adelaide Chiozzo sobre um salto 14, e mostrando que tem muita disposição ainda para trabalhar. Sílvia Maria bem solta, leve sobre o palco e não podada como em seu mais recente disco, soltou a voz em belas canções mas a presença de palco é deficitária.

Quem marcou presença para prestigiar a colega foi Claudete Soares, citada em público por Adelaide. Antônio Borba, sucesso dos anos 80 também esteve presente no show e não parava de elogiar a atriz cantora. Sempre gentil, Pedro Lemes, um dos maiores colecionadores de discos e fotógrafo não poderia ficar de fora deste agito momesco, e posou para as lentes de Agência FM ao lado de Claudete Soares.

Adelaide sendo cumprimentada por  fãs /AgênciaFM

Cervantes: desacato auditivo

Tudo se encaminhava para um encerramento com chave de ouro esta homenagem às divas Marlene e Emilinha Borba. O espírito das duas parecia aprovar as interpretações das cantoras, e ainda não haviam se manifestado. Eis que, o coração bondoso de Adelaide Chiozzo se equivoca e convida para entrar ao palco,e pasmem, para cantar, Cervantes Sobrinho, da programação cultural do Memorial da América Latina. Nenhum ouvido suporta.

A 'interpretação' é um desacato para qualquer defunto bem enterrado, além de dez metros de profundidade, imagine para um ser vivo com plena função auditiva entre cinco ou dez metros de distância com som amplificado, ninguém merece. Para judiar dos tímpanos da plateia, foram três faixas que pareceram mais longas do que as óperas Valquíria e Anel do Nibelungo, juntas. Mas, o sangue de Jesus tem poder ele é um cara bacana, e vai declinar de outros convites, mesmo que seja de um mito como Adelaide. (Francisco Martins).

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