Eu sou 'hua' escrava de V.S. da dministração do Capam Antonio Vieira de Couto, cazada.
Desde que o Capam pra lá foi administrar, que me tirou da fazenda dos algodois, aonde 'vevia' com meu marido, para ser cozinheira da sua 'caza, onde nella passo muito mal'.
A Primeira hé q. ha grandes trovoadas de pancadas 'enhum' Filho meu sendo huã criança q. lhe fez estrair sangue pella boca, em min não poço esplicar q Sou hu colcham de pancadas, tanto q cahy huã vez do sobrado abacho peiada; por mezericordia de Ds escapei.
A segunda estou eu e mais minhas parceiras por confeçar a tres annos. E huã criança minha e duas mais por Batizar. Pello q Peço a V. S. pello amor de Ds. e do Seu Valim To ponha aos olhos em mim ordinando digo mandar a Porcurador que mande p. A Fazenda aonde elle me tirou pa eu viver com meu marido e Batizar minha filha. De V. Sa. sua escrava EsPeranÇa garcia"- 06.09.1770, no Piauí, Brasil. (Transcrição ipsis litteris).
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