Fruto da castanheira oferece renda aos agricultores familiares da Amazônia. Projetos de produção agroecológica são destaques na região
Finalista na categoria “Participação de Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais”, da Fundação Banco do Brasil, a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) busca a exploração das riquezas da floresta amazônica para melhorar a renda, com a conservação da biodiversidade. Antes, os moradores do Assentamento Vale do Amanhecer, no município de Juruena (MT), contavam apenas com a criação de gado de corte e leiteiro, o que era insuficiente para sobrevivência das famílias. Com investimentos e apoio do Pnud/Sema-MT e Ministério do Desenvolvimento Agrário, os agricultores foram motivados a mapear as castanheiras da região e colher o fruto. A atividade se desenvolveu com a Fábrica de Beneficiamento de Castanhas e a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam).
Com a diversificação da produção, as Reservas Legais ficaram bem mais protegidas. A inclusão de mulheres na força produtiva da Fábrica deu origem a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA). Elas trouxeram outras capacidades e, com isso, mais produtos puderam ser fabricados: biscoitos de castanha, coco, amendoim, aveia e outros sabores. A AMCA tem hoje 87 sócias. Este grupo iniciou a fabricação de biscoitos de forma artesanal e vende por meio do Programa de Aquisição de Alimentos para toda região noroeste de Mato Grosso.
Com apenas três anos, a Coopavam gera, hoje, 35 empregos diretos, sendo a maioria de mulheres quebradeiras de castanha e, envolve, ainda, cerca de 1,5 mil famílias de agricultores, índios e extrativistas da Reserva Guariba, que comercializam a produção por meio da cooperativa. Sendo a única experiência comunitária com certificação orgânica internacional Ecocert em uma região de 100 mil quilômetros quadrados, a iniciativa tornou-se exemplo para vários grupos de mulheres.
Agroecologia
As “Redes de Produção Agroecológica e Solidária” buscam fortalecer a produção familiar sem o uso de agrotóxicos. No Território da Cidadania do Tocantins, no Pará, a agricultura familiar sofreu nos últimos anos com a diminuição da fertilidade dos solos e dos recursos florestais. Situação agravada pela queda no preço de frutas e hortaliças.
Criada pela Associação Paraense de Apoio as Comunidades Carentes (APACC), a tecnologia social inclui agricultores familiares, pescadores, assentados da reforma agrária, quilombolas e outros extrativistas em processos comerciais. Mais de 350 agricultores já foram capacitados. Polpas de frutas, mel de abelha, frutos do mar, biscoitos e farinhas são os produtos mais vendidos diretamente ao consumidor e também dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Assentamento amplia renda com agroecologia
A microbacia do rio Negro, no assentamento Tarumã-Mirim, localizado no Território da Cidadania de Manaus, possui ecossistemas ameaçados, como a Floresta Tropical Densa, a Floresta Tropical Aberta e a Floresta de Igapó. Há duas Unidades de Conservação (UCs) no território, que fazem parte do Corredor Ecológico Central da Amazônia, a maior área de proteção ambiental contínua do mundo.
A extração inadequada da madeira para a produção ilegal de carvão vegetal e a devastação da mata nativa para a formação de pastos causavam problemas também para os trabalhadores, que buscaram orientações técnicas sobre meios de geração de trabalho e renda com profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Instituto Federal da Amazônia (Ifam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A partir das informações dos técnicos, as famílias agricultoras escolheram produzir hortaliças para consumo próprio e venda do excedente. Após oito meses, criaram a Associação Agrícola Rural do Ramal do Pau Rosa (Assagrir). Os 60 associados cultivam sem agrotóxicos alface, brócolis, couve-flor, cebolinha verde, coentro, orégano, chicória, feijão-vagem, rúcula, pimentão e pimenta, além de espécies frutíferas como castanha-do-brasil, andiroba, rambotã, cupuaçu, tucumã, pupunha, café, ingá, laranja, guaraná, banana, e pau rosa. Fontes: Secom/ http://www.formasemeios.blogs.sapo.pt/
Nenhum comentário:
Postar um comentário