Ladrão que roubou o tela La Gioconda há 100 anos vira herói de peça teatral, em Dumenza, Itália
DUMENZA - ITÁLIA (Agência FM) - Um simples operário italiano que fascinado pela tela a roubou há 100 anos a célebre Mona Lisa, do Museu do Louvre, em Paris. Agora, é alçado a fama de herói em uma peça teatral que o descreve como um patriota, e faz parte do programa de um festival de verão de sua cidade natal, Dumenza, na Lombardia, norte da Itália. "Achamos que Peruggia era mesmo um patriota", declarou Simone Toffanin, diretor da peça "Il processo di Vincenzo Peruggia", O julgamento de Vincenzo Peruggia. O termo ladrão é usado entre aspas, pois o prefeito de Dumenza, Corrado Nazario Moro, disse que a localidade "não quer ser conhecida como a cidade natal do ladrão da Mona Lisa".
La Gioconda foi retirada do museu do Louvre no dia 21 de agosto de 1911, um roubo que ainda hoje atrai as atenções. A emoção foi imensa, tendo sido necessários dois anos para reencontrar a obra-prima, furtada pelo operário italiano que afirmou, na ocasião, ter agido por patriotismo. Impulsionado pelo patriotismo, naquela segunda-feira, às 07h00 da manhã, Vincenzo Peruggia, pintor de paredes, de 30 anos, entrou no museu - no dia de fechamento para limpeza - por uma antiga porta para veículos do lado do Sena. Ele conhecia bem o local, porque participara, no ano anterior, da colocação de uma espécie de redoma em torno do quadro. Em poucos segundos, ele tirou o quadro, feito entre 1502 e 1506. Dois artistas deram o alerta no dia seguinte. Eles se preparavam para copiá-la e deram de cara com o vazio. O chefe de polícia, Louis Lépine, ordenou uma revista nos visitantes, mas já era tarde.
O famoso quadro só foi descoberto quando Peruggia tentou vendê-lo, em dezembro de 1913, a um antiquário de Florença, na Toscana. Julgado na Itália, foi condenado a uma pena de prisão muito leve, reduzida, depois, a sete meses. A polícia estava persuadida de que o ladrão não tinha agido sozinho, acreditando no envolvimento de uma quadrilha de traficantes internacionais. Primeiramente, a polícia teve como suspeito o poeta Guillaume Apollinaire, porque hospedou uma vez um escroque belga que roubou, em 1907, a estatuetas hispano-romanas do Louvre. Durante dois anos, Peruggia escondeu o quadro em seu apartamento no 'Xe arrondissement' (circunscrição) de Paris. Depois, começou a escrever a antiquários italianos, a quem queria dar preferência.
No mês de dezembro de 1913, um antiquário toscano, Alfredo Geri, se dispôs a examinar o quadro, em Florença. Peruggia aceitou. O antiquário, acompanhado do diretor da Galleria degli Uffizi, foram ao hotel onde o operário estava hospedado, comprovando a autoria da tela e a recuperando, sem nenhum problema.
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