| Foto: Evill Rebouças |
Um Hamlet moderno, brasileiro, tropical, com Ray Conniff, Paralamas e Maquillage As festas na Casa da Dinda, na era Collor, e os governos anteriores alçados ao poder mediante fatalidades e/ou impedimentos são inspiração para algumas cenas do espetáculo Na entrada, a plateia ganha pipoca.
Mas não estamos no circo, nem no cinema. Assim, com pipoca servida ao público, começa o espetáculo OhAmlet – do Estado de Homens e de Bicho, que estreia dia 07 de Julho de 2011, no SESC Consolação, no Espaço Beta. Baseado em Hamlet de Shakespeare e na fábula Amlet de Saxo Grammaticus - historiador medieval dinamarquês -, tem dramaturgia e encenação de Evill Rebouças.Algumas palavras podem definir o espírito transgressor desta nova montagem da Cia. Artehúmus: brasilidade, tropicalidade e atualidade. Somadas a essas características, o humor e o deboche chegam à cena por meio do sarcasmo e da fina ironia, ao mostrar as manobras de quem quer ou está no poder.
A história, já conhecida do grande público, encontra aparatos inusitados, mas pertinentes, nesse OhAmlet da Cia. Artehúmus de Teatro. Em cena, o trono de Hamlet é uma cadeira de praia; a posse do rei e da rainha transforma-se num carnaval; Ofélia, já morta, aparece em cena como um pote cheio de pipocas, colocado no microondas. Na trilha sonora, Ray Conniff, Kenny G, Maquillage e Panamericano para remeter aos tempos atuais a história do rei morto por seu irmão, em busca do trono da Dinamarca.O figurino, extenso, é composto por 106 peças de roupas que remontam a um tempo passado, envelhecido; as coroas dos reis são feitas de ossos de animais mortos; a morte de Polônio é simbolizada com uma língua de vaca, trazida à cena. Na ressignificação de ícones dos tempos modernos, a serviçal de Ofélia põe em cena uma prospecção do que seria o amor de Hamlet pela jovem moça, manipulando os bonecos Barbie e Ken.Evill Rebouças diz sobre o trabalho: ”Um tom festivo, irônico e sarcástico em relação ao poder (seus vícios e virtudes; mais vícios que virtudes) nortearam a pesquisa feita para esse OhAmlet.
Elementos do passado e atuais da nossa história foram inseridos na montagem, porque poder e governos se sucedem copiosamente. E quem diz se é aqui ou na Dinamarca, é o público.”Essa é a décima primeira encenação da Cia. Artehúmus de Teatro, coletivo que reúne, seja no seu currículo de grupo ou no currículo de seus integrantes, as indicações e prêmios APCA, Mambembe, APETESP, Panamco, Femsa, Cooperativa Paulista de Teatro, entre outros.
O atual trabalho resulta de um ano de investigações realizadas a partir do Projeto OhAmlet – Expedições Poéticas e Públicas, contemplado na 16ª edição da Lei de Fomento para a Cidade de São Paulo. A PESQUISA E A PROPOSTA DE ENCENAÇÃO, por Evill Rebouças Ao trabalharmos a partir do mito Hamlet - e não exatamente reproduzir o material dramático e épico criados por Shakespeare e Saxo Grammaticus - investigamos o caráter mitológico em diálogo com o tempo presente, ensejando uma articulação entre passagens/personagens mitológicas e que, segundo Grotowski, tal especificidade permite a confrontação com o mito, em vez de identificação.
Tratamos então de assuntos contemporâneos, sem levar à cena tipos ou situações fiéis ao tempo atual, desejando que o espectador realize um ajuste entre o fato/mito e o momento presente. Munidos por esses deslocamentos, nos pautamos em equivalências significantes, investigando paralelismos entre o mito e as situações emblemáticas que fizeram e fazem parte da cena sócio-política e cultural brasileira. No entanto, mais do que mostrar essas equivalências, a intenção é provocar uma tensão entre passado histórico e momento presente por meio de elementos semânticos transpostos para a cena – e não exatamente reproduzir fielmente o fato ou situação.
SINOPSE Os mortos de Elsinore convidam o povo a conhecer situações trágicas e cômicas que permeiam uma disputa de poder. O jovem Hamlet, ainda que morto, mas ensimesmado em sua existência, contrata a Cia. Artehúmus de Teatro para encenar o assassinato de seu pai e quem sabe, descobrir quem realmente o tirou do poder.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e encenação Evill Rebouças Atores-dramaturgos da cena Daniel Ortega, Edu Silva, Leonardo Mussi, Nilson Castor, Queila Rodrigues, Rafael Nascimento, Roberta Ninin, Solange Moreno Criação de figurinos Daniel Ortega e Acácio Abreu de Oliveira Envelhecimento de tecidos Guilherme Amaral e Acácio Abreu de Oliveira Costureiras Zazá e Ju Santos Materiais cenográficos:
Criação de instalações Leonardo Mussi Criação de cenografia de cena Evill Rebouças Criação de adereços Adilson Vieira Trilha musical e Sonoridades.
O grupo Mixagem Eduardo Praddo, Rafael Nascimento Músicas Originais Evill Rebouças, Leonardo Mussi, Roberta Ninin Criação de vídeo Luciana Ramim Criação de luz Edu Silva
Operação de luz e som Cic Morais Consultoria Sonora Cristiano Gouveia Consultoria em Viewpoints Roberta Nazaré Fotos Alícia Peres, Tércio Emo Programação gráfica Junior Durante e Eduardo Cardozo da Silva Produção/Realização Cia. Artehúmus de Teatro
SERVIÇO
Temporada: De 7 a 29 de Julho de 2011, quintas e sextas-feiras, 21h
SESC Consolação – Espaço BetaRua Dr. Vila Nova, 245 - 3º andar – Vila Buarque- São Paulo/SP
Fone: (11) 3234.3000
Duração: 90 minutosIngressos: R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes), R$ 5,00 (estudantes/ melhor idade/ usuário matriculado); R$ 10,00 (inteira)
Lotação: 60 lugares Recomendação: 14 anos Canal Aberto Assessoria de Imprensa
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