Obra 'Piss Christ' que foi vandalizada |
Museu vandalizado por militantes católicos é reaberto na França na terça-feira, 26, sob forte esquema de segurança.
O museu teve duas obras de arte polêmicas vandalizadas no domingo passado por militantes católicos. A direção do centro de arte contemporânea Collection Lambert, na cidade de Avignon, ao sul da França, receberam ameaças de morte se o museu fosse reaberto e solicitaram proteção policial.
Os visitantes têm suas bolsas e pertences revistados antes de entrar na exposição. A direção do museu decidiu reapresentar as obras vandalizadas no estado em que foram deixadas após o ataque. O vandalismo aconteceu por causa da fotografia Immersion Piss Christ, do artista americano Andrés Serrano. A imagem mostra um crucifixo mergulhado em um copo de urina do fotógrafo, contendo ainda sangue. Ela integra a exposição Eu Acredito em Milagres, em cartaz até o dia 8 de maio. O grupo que atacou essa obra, na data simbólica do Domingo de Ramos, vandalizou ainda uma outra fotografia do artista, Irmã Jeanne Myriam, que mostra uma mulher grávida vestida de freira.
'Atentado'
O ministro da cultura francês, Frédéric Mitterrand, reconhece que as imagens “podem chocar algumas pessoas”, mas afirma que o ato de vandalismo representa “um atentado ao princípio da liberdade de criação e de expressão previsto na lei”. “É a volta da Inquisição, se considerarmos as fotografias de fogueiras que recebemos com uma mensagem dizendo que isso é apenas o início”, diz o diretor da Collection Lambert, Éric Mézil. Representantes do museu afirmam sofrer inúmeras ameaças telefônicas e já ter recebido mais de 30 mil e-mails de “integristas religiosos”. A fotografia Immersion Piss Christ já havia sido exposta duas vezes na França sem provocar protestos. A primeira foi em 2007, também em Avignon, e no Centro Georges Pompidou, em Paris, em 2008.
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