Ditadura militar nos jornais brasileiros, balela

Jornalista Mino Carta, o cara

Assunto sempre tratado com grande ênfase pelos donos de jornais, a ditadura militar, agora revelado sem papas na língua por Mino Carta que diz " o jornalismo brasileiro é de péssima qualidade".

Mino Carta é um dos mais respeitados jornalistas brasileiros. Apesar de ser italiano de Gênova ele exerce o jornalismo no Brasil há quase 65 anos, época em que aqui chegou. O jornalista rasga o verbo e fala algumas verdades até antes no armário exemplo a não censura aos jornais brasileiros.

O jornalista fala de cátedra do assunto pois foi fundador de dezenas de periódicos e de veículos conceituados como revista 4Rodas, IstoÉ Senhor, Carta Capital entre outras além de ter sido editor de Veja por vários anos.

Carta faz revelações ao programa de Antônio Abujamra "Provocações" na TV Cultura -SP, do dia 28/3 começando pela qualidade do jornalismo e passando pela  ditadura militar.

Quanto à ditadura militar, o jornalista revelou que ela era solicitada melhor, implorada, por vários jornais via editorial "Os donos de certos jornais anciavam pela ditadura. Pediam através de Editoriais" afirma Carta.

Mino Carta também desmente que tenha havido censura em Jornais como  Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, O Globo, Correio Braziliense entre outros.

" O Jornal O Estado de São Paulo também não sofreu diretamente com a censura. O que houve foi uma disputa interna entre dois primos lavando roupa suja, ai, sim, a censura ordenou que no Jonal da Tarde fosse publicado receitas de bôlo. Já no Estadão,  a escolha não poderia ser mais acertada e de bom gosto, poesias de Camões", contou Carta.

"O único veículo de comunicação que sofreu de verdade com a censura foi a revista Veja, eu estava lá. A revista chegou as vezes sair com pouco mais da metade de conteúdo" afirma o jornalista.

Perguntado sobre qualidade do jornalismo brasileiro, ele não titubeou e disparou " O jornalismo do Brasil é um dos piores do mundo. Se pegassemos o jornalismo feito na Europa ou nos Estados Unidos seria uma covardia comparar com o nosso", sentenciou Mino Carta. (Cícero Silva /Francisco Martins)