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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Marcelo Tupinambá

Apesar de ser um dos mais executados de sua época, Tupynambá foi ao Rio de Janeiro com uma comissão reclamar ao governo que tomasse providências na aplicação dos direitos autorais.


Marcelo Tupynambá era o pseudônimo de Fernando Álvares Lobo, nascido em Tietê, interior paulista, aos 29 de maio de 1889 , foi um bandeirante da música popular brasileira na época em que ainda não existia vitrola elétrica e o rádio. Na época, famílias se reuniam ao redor de um gramofone para escutar as últimas novidades da Casa Edson, do Rio de Janeiro. Enquanto isso, em São Paulo, um jovem franzino e moreno era o autor desses sucessos, e se chamava Marcelo Tupinambá. Suas toadas, maxixes apresentava uma expressão entre o caboclo e à cidade, o que denunciavam claramente a tendência nativista do compositor que, tentava transmitir seus anseios de artista valendo-se do ritmo da própria terra. É esta a nota dominante da maioria de sua vastíssima obra, e ele, pode ser chamado de bandeirante da música nativa. Marcelo Tupinambá entra para memória do povo brasileiro a partir de ingênua melodia "O Matuto", uma toada cantarolada em todo Brasil sem que fosse preciso o milagre do rádio. Adotou o pseudônimo de Marcelo Tupynambá pois, à época, um "músico não era visto com bons olhos na sociedade, ainda mais quando se era um engenheiro.

Na sequencia viriam outras composições como " Que Sodade" , "Chão Parado", "Viola Cantadeira", "Maricota sai da Chuva"," São Paulo Futuro"? "Tristeza de Caboclo", sendo esta última gravada pelo célebre barítono francês Vampré, que era, sucesso no Teatro Municipal de São Paulo. Marcelo Tupinambá era um dos compositores mais executados no país, principalmente em sua terra natal, o Ceará. Apesar disso, o compositor andava insatisfeito com a comissão de captação dos direitos autorais, isso em outubro de 1946. Nessa data, ele, e uma comissão representativa de notáveis de compositores paulistas, chefiados por Gomes Cardim, foram ao Rio de Janeiro pleitear respeito ao seu trabalho, principalmente quanto ao recolhimento de direitos autorais. A comissão tinha Dulciano Costa, Victor Simão, David Raw, Rivadávia Luz e Vicente la Falce. O protesto foi dirigido à sociedade representativa da classe " Vamos fazer valer nossos direitos, mesmo que seja em juízo", disse Tupinambá, que declarou à revista Cena Muda, em 1946, que recebia direitos de suas composições de vez em quando. Marcelo Tupynambá sempre morou em São Paulo, onde enriqueceu sua bagagem musical. Musicou a denominada revista teatral "São Paulo Futuro" e, a partir daí, nada deteve sua carreira de compositor, que alcançou renome internacional. Durante a sua carreira compôs mais de mil e duzentas melodias, das quais seiscentas foram impressas e gravadas. Foi casado com Dona Irene Meneses Lobo, com quem teve os filhos: Cecília, Helena, Samuel, Cláudio, Eduardo, Teresa e Inês. Faleceu em São Paulo, 4 de Julho de 1953

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