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domingo, 5 de julho de 2009

”Fotografias Achadas, Perdidas e Construídas”

Pensam que eu ganho um dinheirão, mas ganho um dinheirinho”,diz André Carneiro revelando um misto de humor e tristeza”.

A exposição reúne 15 fotografias de André Carneiro, um autor multimedia que registrou imagens notáveis, que mostram o seu olhar perspicaz e subjetivo. É um dos pioneiros da fotografia moderna brasileira, Carneiro traz fotos em preto e branco, e coloridas, que valorizam os detalhes e o conjunto.
André Carneiro, 87, é um nome essencial na produção literária de ficção científica do Brasil, autor de Confissões do Inexplicável , 2007, e Amorquia ,1991, André Carneiro nunca teve preocupação em divulgar os negativos que guardava em seu acervo. Todos separados em caixas e etiquetados. Sua atuação como fotógrafo está exposta pela primeira vez em São Paulo em novo espaço cultural chamado de Pantemporâneo.

”Fotografias Achadas, Perdidas e Construídas” faz um resumo dos 58 anos de um lado de Carneiro pouco divulgado, praticamente esquecido. Segundo Carneiro “não por um desejo consciente, mas por não se considerar profissional ou por ter focado com demasiada paixão em suas outras produções”. Algumas das imagens foram consideradas essenciais para a formação da fotografia modernista. Uma delas é Trilhos, de 1951, em que Carneiro observa, do alto, uma sequência vazia de linhas de bondes curvas e brilhantes, ornada por alguns poucos pedestres. André observa passantes em preto e branco ou registra coloridos nus que, posteriormente, recorta para fazer montagens.

O fotógrafo é da geração de 45, quando a fotografia artística era considerada uma arte de segunda ou apenas documentária. Mas ela transformou a criação estética do artista na época. Depois de mais de 60 anos de carreira, Carneiro sabe que seu nome, seja como escritor, poeta ou fotógrafo, é pouco conhecido. “Não sou muito lido, não. Faço com total dedicação toda arte, mas a consequencia disso é a pobreza. Pensam que eu ganho um dinheirão, mas ganho um dinheirinho”, diz, transparecendo um misto de humor e tristeza. Até hoje ele diz tem um pouco de receio de se declarar artista, escritor, poeta ou fotógrafo. “A gozação declina para a desvalorização, um ataque sutil à posição do intelectual”, diz. Atualmente, tem cerca de 10% de visão e, em razão do problema, pouco fotografa. Realiza, entretanto, alguns autorretratos e quadros abstratos com base de vidro.

Fotografias de André Carneiro
Horário: De seg a sáb, das 10h às 18h -

Gratuito - até 15/08
Local: Pantemporâneo
Av. Nove de Julho - 3.653 Jardim Paulista
Fone: 3018-2230

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