
Livros como “A love supreme”, “Kind of blue”, “Disparos no Front da Cultura Pop e “Confissões de uma Groupie” são exemplos de força e diferencial desta editora, que vem aos poucos invadindo as livrarias e caindo no gosto de leitores em todo Brasil.Um livro em especial chama atenção, pois reúne características, temas, vertentes da música e comportamento, trata-se de "Um punhado de Gitanes" da escritora e jornalista inglesa Sylvie Simmons ( com tradução Juliana Lemos R$ 37,00.) que nos mostra de maneira minuciosa, bem apurada e leve a trajetória de um dos maiores gênios da música francesa, Serge Gainsbourg. Filho de imigrantes judeus, tímido e com poucas oportunidades na infância, Serge teve que lutar contra suas origens e jeito de ser para firmar e manter-se como um dos maiores e mais influentes ícones da cena pop musical em todo o mundo. Influências que ao longo de décadas (seu primeiro lançamento oficial data de 1958), tem feito a cabeça de artistas e bandas como Beck, Air, Tom Waits, Stereolab, St. Etienne entre tantos outros que beberam na fonte e se dizem influenciados por sua música, que até hoje, dezessete anos após sua morte é tema de remixes, versões, interpretações e temas de filmes.
Fumante inveterado, perfeccionista, metódico e com um "ego infladíssimo", Serge sempre foi um "workaholic" passava noites em claro acompanhado de seus Gitanes (cigarros que o acompanharam até seus últimos dias) e muito café, produzindo pérolas que seriam interpretadas por ele próprio, ou suas "mulheres" usadas em filmes de produção própria (quatro ao total), todos de apelo sexual explicito de suas relações pessoais com autoridades , amigos influentes que muitas vezes eram temas de álbuns inteiros. Inspirações que vinham da literatura Oscar Wilde, J-K Huysmans e Baudelaire, de suas viagens a Jamaica onde gravou com Sly e Robbie um disco de uma levada totalmente Reggae e com músicos da banda de Neil Young, este totalmente Rock and Roll, situações que passava ao longo de suas andanças.
Sua obra é composta em sua maioria de canções sofisticadas, com arranjos arrojados e audaciosos, já que eram interpretadas por grandes divas da música francesa e mundial (Je T'Aime, Moi Non Plus foi gravada em dueto com Brigitte Bardot), de Fraçoise Hardy à não menos importante Vanessa Paradis. Mas nem tudo era só glamour, à medida que os sucessos de suas canções tinham maior alcance, seu comportamento ia ficando mais destrutivo, bebia e fumava cada vez mais, alegando que "só trabalhava com algo que lhe desse prazer" o que em determinado momento de sua carreira não o encontrava em outros meios e como trabalhava muito... Até que em março de 1991 aos 63 anos, sofre em casa, um ataque cardíaco fulminante levando-o a morte. (seu enterro foi um dos maiores acontecimentos da frança) Deixando um legado de mais setenta discos gravados entre singles, compilações e um tratado sobre a flatulência (época em que freqüentava quartos escuros de mansões na companhia de Salvador Dalí!), estamos diante de uma obra bem apurada e divertida de seu trabalho. Um box com 9 cds e 207 músicas chamado "De Gainsbourg à Gainsbarre", (Polygram France ) pode ser encomendado por importadoras ou sites especializados. [Jean Lima - Especial para Formas&Meios www.formasemeios.blogs.sapo.pt ]
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