PARIS - FRANÇA, 7, [Agência FM] - Camille Claudel - Une Femme, Une Artiste é sem dúvida a maior mostra já realizada para a artista que ousou e desafiou cânones de sua época. São esculturas, documentos pessoais e desenhos expostos no Museu Rodin até 20 de julho. Estudos em mármore e bronze e documentos e fotos de uma jovem Camille com aspirações unem-se a obras grandiosas que tiram definitivamente Camille da penumbra em que foi confinada. A mostra Camille Claudel, a mulher, a artista divide-se em partes: Retratos de Família, O Ateliê de Rodin, La Valse [1890] e Clotho, Sakantala, L´Age Mur [Idade Madura] e as Pequenas Coisas Novas. Existe em cada módulo um obra-prima da artista muito além de La Vogue e A Onda, apesar desta última ser sempre lembrada mais do que outras. Sua conturbada carreira e farta documentação na mostra justificam o interesse haja vista enormes filas em frente o Museu Rodin desde a abertura, dia 5 de junho.
A artista jamais pôde realizar uma obra pública, o que bloquearia sua entrada para o seleto círculo dos artistas reconhecidos. Porém, ela teve seus mecenas por exemplo a Condessa de Maigret e os Rotschilds para quem realizaria obras em mármore e bronze. Suas obras em diferentes suportes, expressam um certo embate entre as forças da natureza e o humano. Ela viveu muito à frente de sua época por isso foi uma artista tão intensa em tudo o que fez. Sua genialidade foi, sem dúvida, incompreendida. No tempo em que as mulheres tinham seu ingresso vetado na Academia de Belas Artes, Camille optou por retratar famílias até que entrou como estudante no ateliê Rodin, que se tornaria modelo de muitas de suas esculturas, foi seu amante e cada vez mais Camille se tornava obsessiva. Enquanto isso, Rodin nutria por ela uma repulsa que causou uma ruptura psicológica em Claudel [1864 - 1943] e internamento em um instituto psiquiátrico. Em várias obras ela metaforiza com Rodin onde torna ele próprio a morte a arrebatar a donzela.
Exposição tão majestosa somente sobre Gustave Coubert no início do ano de 2008. Obras como Sakuntala, sua primeira narrativa simbólica que busca inspiraçaõ na mulher indiana; Vertumne et Promone, apresenta algumas variações no conjunto e O Abandono, obra cinzeladas em mármore ou em bronze se torna um de seus melhores trabalhos. La Profonde Pensée, pode-se comparar ao Pensador de Rodin. Enquanto a obra o Pensador com a cabeça apoiada pela mão em sua perna, transforma-se em Profonde Pensée, uma mulher ajoelhada em pose de adoração que representa a própria Camille imersa em seus pensamentos. Sua última obra, Niobide Blessée, é uma variação da figura feminina de Sakuntala, uma outra obsessão da artista. Em 1950, uma mostra já havia resgatado o mito Camille Claudel, porém, esta exposição reafirma a técnica e o talento de uma mulher que foi tratada como louca. Louca que encontrou sua intérprete definitiva no cinema, Isabelle Adjani, no filme de Bruno Nuytten, 1989. [Obra - Idade da Maturidade]
Camille Claudel - Une Femme, Une Artiste
Até dia 20 de julho
Museu Rodin - centro - Paris
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