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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O Inferno da Biblioteca - Eros em segredo


Pela primeira vez a Biblioteca Nacional da França (BNF), em Paris, apresenta uma exposição de livros e gravuras que foram mantidos escondidos do público por mais de 150 anos devido ao seu conteúdo considerado altamente erótico e imoral.

A exposição O Inferno da Biblioteca – Eros em segredo foi aberta na terça-feira,11, e aborda cinco séculos de erotismo em textos, desenhos e fotografias. O “Inferno” era o nome do código criado pela biblioteca, em 1844, para catalogar obras consideradas de teor libertino e obscenas. Elas eram mantidas em um acervo de livros raros, e, para consultá-las, era necessário submeter o pedido a um comitê examinador. “A decisão de impedir o acesso aos livros eróticos não era do poder público e sim dos próprios bibliotecários. No século 19, a BNF se tornou um local público para leitura e, como existia um certo puritanismo, as pessoas queriam evitar que livros ousados circulassem por todas as mãos”, diz Marie-Françoise Quignard, uma das curadores da exposição.

No anos de 1969, um pouco depois da revolução estudantil de maio de 1968, o “Inferno” da BNF, como acervo de obras “proibidas”, foi extinto. Mas o nome "Inferno" foi mantido para identificar obras eróticas. Em 1983, as restrições que dificultavam a consulta das obras foram suspensas. Mas, para o grande público, a maior parte dos desenhos e textos continuaram desconhecidos. O “Inferno”, hoje, reúne cerca de duas mil obras literárias. As imagens mais antigas datam do século 16,mas há também obras recentes, como um livro de Pierre Bourgeade. Das várias curiosidades da mostra, encontra-se uma espécie de guia das “demoiselles” (senhoritas) de Paris, com endereços e especialidades das prostitutas, datado de 1791.[David Sanchez - Especial de Paris]
A exposição, que é proibida aos menores de 16 anos, segue até 2 de março de 2008.

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