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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

J. Borges - o incomparável

Sua carreira deslanchou em 1970 quando realizou exposição por 20 países da Europa e segundo o organizador Ranulpho "Borges, lá em Madrid até os toureiros compraram suas gravuras". E qual é o nível destes toureiros? É tipo jogador de futebol.

São 246 os cordéis publicados por Borges,71, ao longo de 40 anos de profissão. Ele mesmo edita, escreve e ilustra seu trabalho em xilogravura que tem trânsito livre entre o erudito e o popular. Seu trabalho roda quase todo o mundo e ilustra as paredes de importantes museus. J. Borges vem de uma região onde o artesanato dá às cartas, Bezerros, a 100 quilômetros de Recife- PE. Ele seguiu inicialmente o cordelismo por falta de opção quando criança, pois tudo o que ele tinha ao seu dispor era essa literatura. Mesmo o rádio existindo Borges não se dava ao luxo pois era objeto de ricos da região. Então, seu pai comprava-lhe cordel. Segundo ele estes folhetos ensinaram muita gente a ler, e cumpria uma função social importante a de informar sobre guerras e cangaço, acidentes na região e até morte de personalidades como foi o caso do ex-presidente Getúlio Vargas. Mas com o passar do tempo as coisas vão tomando outros destinos e o cordel perdeu muito essa coisa da informação, porque hoje é a imprensa televisionada e escrita que cumprem este papel. Ele dá um exemplo concreto da função da literatura de cordel: os veículos de comunicação como a TV espalha o boato mas não mostra, por exemplo o chupa-cabra que repercutiu em todo o País, era uma coisa abstrata logo não poderia ser mostrada. Mas o cordel foi lá e mostrou por meio da gravura. Foi assim também com a Perna Cabeluda noticiada pela imprensa de Recife, e o povo "endoidou" até que apareceu um cordelista chamado Zé Soares que fez o cordel e vendeu mais de 130 mil exemplares em duas semanas... Continuação http://formasemeios.blogs.sapo.pt/tag/artes+pl%C3%A1sticas

Um comentário:

Adriano Estevam disse...

A legenda da foto também é altamente explicativa...