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sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Grande perda para comunicação

Oriana Fallaci, uma das escritoras e correspondentes de guerra mais conhecidas da Itália, morreu na sexta-feira, 16, aos 77 anos, de câncer. Ela morreu em Florença, depois de vários anos combatendo a doença, disse um funcionário do hospital.

Ela era conhecida, principalmente, pelo modo agressivo e provocador. E foi assim até o fim. Ganhou fama por suas entrevistas audaciosas com alguns dos mais importantes líderes do século 20. Nào tinha o falso palavreado tão corriqueiro ao jornalista metido ä bem educado, cortês. Discutia com líderes mundias como o palestino Yasser Arafat, fez o então secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger se comparar a um caubói e rasgou um chador - traje islâmico tradicional - durante um encontro com o líder revolucionário iraniano aiatolá Khomeini. Foi De Bortoli quem publicou um ensaio furioso de Fallaci, que depois se transformaria no polêmico "A Raiva e o Orgulho", em que ela chamava o Islã de opressor e acusa os imigrantes árabes que vivem na Europa de serem sujos e intolerantes. O livro era um grande apelo pelo orgulho de nossa identidade", disse De Bortoli, ex-editor do Corriere della Sera. "É o mais forte testemunho da reação emocional e intelectual aos ataques do 11 de Setembro".
Cobriu conflitos no Vietnã, no Oriente Médio e na América Latina, numa época em que eram escassas as mulheres na frente de batalha. Levou um tiro e foi espancada durante protestos estudantis no México, em 1968.
Depois, ela fez sucesso com romances de ficção como "Um Homem", inspirado em seu caso com o grego Alexandros Panagoulis. Também publicou uma coletânea de entrevistas com personalidades como a primeira-ministra israelense Golda Meir, o xá do Irã, a primeira-ministra indiana Indira Gandhi, entre outros. Os livros de Oriana Fallaci estão disponíveis em português na tradução da editora portuguesa Difel. [Leia mais sobre mídia em Revista Formas&Meios www.formasemeios.blogs.sapo.pt

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