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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mataram 42 jornalistas no mundo desde janeiro


Mortes e agressões a jornalistas são cometidas pelo Estado ou seus prepostos

Segundo o Instituto Internacional para Segurança da Imprensa - Insi, com sede em Londres - Inglaterra, informou em 28 de abril que 42 jornalistas foram mortos em todo o mundo desde o início de 2010.

Somente no mês de abril foram registrados 17 assassinatos de profissionais da imprensa, o que representa duas mortes a cada três dias. O período, de acordo com o estudo, é o mais violento para media nos últimos cinco anos.

"O alto número de mortes em abril põe o assunto em maior evidência, e todos os casos demonstram a necessidade premente de ação no cenário mundial", diz Rodney Pinder, Diretor do Insi.

O relatório aponta que desde janeiro de 2010, sete jornalista foram mortos em Honduras, seis no México, quatro no Paquistão, três na Colômbia e três na Nigéria. Foram registrados pelo menos um assassinato em diversos países entre eles Nepal, Chipre, Rússia, Venezuela, Equador e Turquia.

O Insi revela que dos 42 casos de morte registrados 27 estão ligados diretamente ao trabalho de imprensa. O estudo revela também que de cada dez assassinato contra jornalistas, oito não são punidos.

200: ano mais violento

Apesar de toda mortandade de 2010, o ano mais violento para história recente da imprensa mundial, quando foram contabilizados 172 mortes de jornalistas, seguido de 2006, com 168 assassinatos a maioria deles na Guerra do Iraque. No ano de 2003, época da invasão dos Estados Unidos Americanos, centenas de correspondentes foram mortos na região. Já os assassinatos cometidos em 2010 estão ligados a temas que envolvem corrupção ou criminalidade.

O Diretor do Insi, conclama a todos os países membros da ONU (Organização dos Estados Unidos) a se unirem em esforço global para conter o derramamento de sangue e também dar um basta na impunidade aos assassinos.

No Brasil

Segundo a Comissão Nacional de Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa, da Fenaj, (Federação Nacional dos Jornalistas), divulgou em 27 de março o "Relatório de Violência e Liberdade de Imprensa - 2009". O relatório foi realizado a partir casos divulgados pelos sindicatos de jornalistas, pela Fenaj e por veículos de comunicação de todo o país.

Segundo o relatório, entre janeiro e dezembro de 2009 foram registrados 58 casos de agressões a profissionais da imprensa. Grande parte dos casos foram cometidos por agentes do Estado ou a mando destes, tal como nos registros de 2007 e 2008.

O relatório mostra que 26 do total dos agredidos pertencem a media impressa, 9 de emissoras de televisão; dois de emissoras de rádio; oito da internet. O estudo mostra também o aumento da utilização de recursos judiciais para impedir a divulgação de notícias. O relatório foi encaminhado a entidades nacionais e internacionais de defesa de jornalistas, ao Ministério da Justiça, à Secretaria de Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, ao Conselho Nacional de Justiça , ao Senado e a Câmara dos Deputados.

Caso inédito

Em 14 de janeiro de 1998, o fundador e editor do jornal Região, de Itabuna, Bahia, Manoel Leal de Oliveira, foi morto por denunciar casos de corrupção entre políticos e autoridades do judiciário do estado. O policial civil Mozart Brasil, o assassino, foi condenado em 2007 a cumprir 18 anos de prisão. Em 13 de janeiro passado, o governador da Bahia, Jacques Wagner, aprovou Lei 11.637 que indeniza os filhos e a viúva de Leal em R$ 100 mil. Vale ressaltar que, a indenização é um caso inédito no País.

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