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sábado, 21 de fevereiro de 2009

"Cerca de la Cerca"

"Cerca de la Cerca" documenta vida na fronteira entre México e EUA
A instalação com cruzes também traz os nomes e procedência de imigrantes que morreram ao tentar passar para o outro lado. "Minha obra é um organismo vivo que evolui como a cerca fronteiriça", afirma a fotógrafa. ""As crianças crescem ao seu lado. Chegam a vê-la como uma jaula que fecha um grande jardim proibido", diz Fernández.

Maria Teresa Fernández é uma fotógrafa mexicana radicada nos Estados Unidos, e retrata vida na na fronteira entre o México e os Estados Unidos nos últimos 17 anos. A exposição encontra-se na Escola de Comunicação Annenberg da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, mostram o reencontro de familiares dos dois lados da cerca, e como os povos locais lidam com a separação física.
O México e os Estados Unidos dividem uma fronteira de 3 mil quilômetros, e a . barreira física cobre um terço desta extensão.
A cerca, na verdade, é conjunto impedimentos de localizadas em pontos estratégicas, onde o entorno urbano ou o fácil acesso tornam mais fáceis o cruzamento da fronteira. Em alguns lugares esses impedimentos não passam do que uma cerca de arame farpado ou uma barreira feita de placas de metal. Já em outros pontos, se trata de uma instalação tecnologicamente sofisticada, com uma série de muros paralelos, acessos para patrulhas motorizadas, torres com câmeras, refletores e sensores de movimento.

Entre os temas e personagens da obra da fotógrafa, estão um grupo de imigrantes prestes a cruzar a fronteira, os murais e instalações que lembram os milhares de mortos na tentativa. São famílias que compartilham o almoço de domingo pelas frestas da cerca, ou crianças que brincam de tocar o solo americano em frente à patrulha da fronteira. A mostra "Cerca de la Cerca", ou "Perto da Cerca", em tradução literal, reúne 80 fotos tiradas desde 1991, quando o obstáculo começou a ser construído. A fotógrafa se concentrou no extremo oeste da "cerca", onde ela encontra o Oceano Pacífico, separando a cidade mexicana de Tijuana do chamado "Parque de la Amistad", nos Estados Unidos.
Documentação
Por dois anos esta foi uma das únicas regiões da fronteira onde os membros de uma mesma família morando nos dois países podiam se re-encontrar para passar tempo juntos. Do lado de Tijuana, conta Fernández, "as pessoas aprenderam a viver com ela", a ponto de algumas casas serem construídas usando a cerca como uma das paredes. Dependendo de onde as fotos são exibidas, o trabalho de Fernández serve tanto para denunciar como para educar ou dissuadir potenciais imigrantes.

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