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quarta-feira, 9 de julho de 2008

FRANZ HEISE - VIDA E OBRA

Livro resgata obra do artista alemão que viveu no Brasil. Apóie cultuara, invista em livros.


Seu trabalho lhe rendeu muitos elogios mas não o bastante para mantê-lo na elite de artistas mortos com retrospectivas ou catálogo. Em 10 de julho 2007, fez trinta anos de sua morte.
Nascido no dia 11 de maio de 1891 - provavelmente, em Hamburgo - Alemanha, chega ao Rio de Janeiro no final da década de 20, para em meados de 1950 mudar para São Paulo. Heise era um artista de excelência acadêmica, foi discípulo de Carl Bennewitz [1900-1949] e Rheinhold Begas[1831 - 1911], tendo realizado uma exposição com este último na National Galerie . "Heise era extremamente católico. O irmão foi sempre muito generoso para com a Igreja" comenta Pe Arlindo - do verbo Divino. Outro que faz questão de salientar a generosidade do artista é o monsenhor Walter Caldeira, da igreja onde ele viveu. Por quase toda sua vida no Brasil ele residiu no sótão de uma igreja na zona leste de São Paulo, com sua esposa Marta. Lá ele realizou quase todas às obras sacras existente, onde viria também a falecer. Amigo de personalidades artísticas da época seu trabalho de escultor foi elogiado e requisitado por muitos deles. Entre suas obras estão a cabeça do maestro Walter Burle-Marx, irmão do renomado paisagista e arquiteto que declarou: "Conheci-o muito e era um camarada que tinha capacidade, uma habilidade muito grande mas era acadêmico... e acadêmico no Brasil! não vinga. Ele esteve preso durante a Segunda Guerra Mundial" disse Roberto Burle-Marx em entrevista a Maria Cristina Burlamaqui e Lúcia Gouvêa Vieira.

Obras confirmadas e a confirmar
Realizou várias obras pelo sudeste, centro oeste, sul, Nordeste [BA]. Entre os trabalhos que constam definitivamente como de sua autoria, existem obras de real importância produzidas pelo artista por exemplo o busto do Conde de Afonso Celso, Dr. E. J. Gordon, [gesso] busto do professor Agache, Sr. K.K. [ gesso alto relevo ] e o busto de Yolanda Pereira [Miss Universo 1930] além de a cabeça do Maestro Walter Burle -Marx entre outras. Heise fez várias esculturas de animais sob encomenda para zoológicos brasileiros, porém a maioria desapareceriam, ou melhor, foram para lixos públicos. Sua produção artística como croquis e desenhos dão noção de seu talento. Já está confirmada a autoria de afrescos em uma igreja em São Paulo, cuja obra é ‘Pai Nosso’ . Pesquisas indicam para feitura de um retrato do poeta baiano Castro Alves, foi localizado, mas a autoria ainda carece de averiguação mais profunda.

Entre os grandes

Participou do Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro - 1931 [12 de setembro], e de 1933. Participou de exposições com nomes importantes da arte brasileira como por exemplo, Cândido Portinari, John Graz, Tarsila do Amaral, Dimitri Smailovitch, Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Carolina Penteado da Silva Telles entre outros. Ou seja, o supra sumo da arte brasileira. No Salão Pró-Arte, juntamente com Léo Putz [1869 - 1940], Hans Reyerscbach, Paulo Rossi Osir, Lothe Bogdanoff e Franz Heise, estes dois últimos escultores e pertencentes à escola e aos preceitos expressionistas, uma forte corrente e vigente da arte alemã. Na Alemanha, Heise realizou obras públicas como as Valkírias. Com Carl Bernewitz ele tomou gosto pela escultura. Mas foi com Rheinhold Begas com quem Heise desenvolveu toda sua técnica e influência naquele país, ou seja, ele debruçou-se sobre suas obras, estudou-as profundamente. Seus moldes em gesso demonstravam todo o período em que fora seu discípulo. Como afirmou Roberto Burle-Marx que, o seu academicismo sem concessão talvez tenha sido a causa do isolamento em um sótão de uma igreja. Muito meticuloso ao realizar uma obra, havia um certo esmero também nos croquis o que também os transformam em uma segunda obra de arte, não menos valiosa pois toda criatividade está impressa. Mulheres nuas, anjos e painel sacro onde oração como o Padre Nosso é retratado em todas as palavras; em suas estações é de encher os olhos de qualquer apreciador de arte. Infelizmente, a maioria de seus trabalhos encontram-se jogados no lixo em alguns depósitos públicos, seja na baixada fluminense, Rio de Janeiro ou em outros estados como Bahia e Paraná onde consta decoração da fachada de uma igreja. Informações sobre o artista na imprensa da época é outra dificuldade, quando encontrada, além de estar no idioma alemão, o estado de conservação não permite uma correta tradução. O artista viria a falecer por problemas típicos da idade em 10 de julho de 1977, logo após a morte de sua esposa Marta, em 23 de junho do mesmo ano. [Francisco Martins ]
CONTATO:
[55 11/6848-3230 / 9847-9789

Características do livro:
Título: Franz Heise passado a limpo
Capa dura
Páginas: 198
Formato: color e P&B
Dimensões: 32X 24
Miolo: 180g – papel couché
Início: 15/09/2006
Término: 15/09/2010

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